Desde o inicio da quarentena várias formas de crédito foram anunciadas para socorrer as empresas neste momento da crise. Parecia ser a salvação, mas o dinheiro não chegou.
Em conversas hoje(09/06) com autoridades importantes da FIESP, a mais poderosa Federação de Indústrias do Brasil, soubemos que o maior problema que as empresas vêm enfrentando continua sendo o acesso ao crédito dos programas que foram anunciados visando ajudar a ultrapassar este momento de falta de atividade econômica.
Foram assinados decretos e liberações dentre os quais créditos para folha de pagamento, para implementar ou socorrer o capital de giro e outros fins importantes. Ocorre que na prática, no dia a dia, as empresas não tem conseguido chegar a este dinheiro. Aqueles 60 a 90 dias iniciais cujas pesquisas previam como o “período de folego” está se esgotando e não há mais como se manter de pé diante dos desafios. Com o mercado e a economia ainda parados, as necessidades de matérias primas, de manutenção, salários e outras contas vão se avolumando e caminhando para a rápida insolvência.
Segundo as informações tanto o Fundo Garantidor de Crédito, quanto o Fundo de Garantia de Operações e outras medidas que cumpriram toda a tramitação ao passar pelo Executivo e pelo Legislativo e anunciados com vários bilhões de reais disponíveis não foram operacionalizados até aqui.
Sem estas medidas e aliados ao aumento das exigências e garantias por parte dos bancos privados, que ainda vêm acompanhadas de elevação de juros e aumento do spread bancário o socorro tão esperado não chega na ponta que necessita dos recursos.
Já nos EUA tivemos acesso a noticia de que foram processadas mudanças no “Main Street Lending Program” um dispositivo que regula os empréstimos e financiamento das pequenas e médias empresas. Lá foi anunciado que diante da pandemia o prazo de pagamento dos empréstimos passou de 4 para 5 anos, e a carência do principal passou de 1 para 2 anos. Os bancos privados que atuam no programa podem vender até 95% da dívida para o FED, que é o Banco Central Americano.
Também em outras economias mundiais há notícias que para delimitar o montante da ajuda às empresas, os governos tomam como base o valor de ultimo faturamento declarado no Imposto de Renda e estabelecem um percentual (15%, 20%,25%) e definem a regra de resgate. Até este limite o governo banca a garantia junto ao banco que operou a transação. Está aí uma sugestão de desburocratização para rapidamente solucionar a questão.
No Brasil infelizmente ainda temos, e não sei até quando, um caminho a ser percorrido para eliminar ou minimizar a burocracia de um lado e esperteza (aproveitamento) de outro lado. Como exemplo este auxilio emergencial destinado às pessoas físicas, especialmente para famílias pobres, autônomos, ambulantes desempregados e outros, segundo várias casos divulgados acabou sendo concedido a prisioneiros, famílias abastadas com várias propriedades, empresários, militares e um sem número de pessoas que não eram qualificadas para receber tal benefício.
Com a informática desenvolvida e o Brasil possuindo super computadores na Receita Federal e um fabuloso bancos de dados acredito que faltam explicações de como isto ocorreu. Então estamos assim: De um lado as imensas dificuldades para ter acesso a crédito necessários e de outro total desfiguração de um projeto com imenso conteúdo social.