A diferença de valores em dólares para o produto importado e a necessidade de recomposição de custos deixou espaço para o reajuste no mercado interno.

Conforme já vínhamos comentando em nossos informativos e em nosso Blog, havia um distanciamento em dólares na casa dos 10 a 12% do aço nacional para o importado, além do que a commodities no mercado internacional subiram na cotação entre 8 a 10% nos meses de abril e maio.

Segundo apuramos todas as usinas já distribuíram seus e-mails comunicando o reajuste, estando ainda em definição a data em que isso ocorrerá.

No geral os aumentos ficaram na casa dos 8% a 12% variando de usina para usina e de produto para produto. Ainda segundo fontes tais reajustes deveriam ter ocorrido no começo de junho mas alguns fatores complicadores impediram esta pratica.

Segundo alguns empresários agora já estão definidos os momentos do ajuste que estarão concluídos até dia 3 de julho.

A verdade é que com o crescimento dos preços do minério de ferro, e do carvão mineral que vem sendo puxado pela China, por ser a grande compradora mundial, e aqui no Brasil com dólar acima de R$ 5,00 impactando diretamente nos custos de produção, aliados ainda à queda de produção e consumo interno, não restou outra decisão às  usinas.

Cabe lembrar que a China não deu trégua nem durante o período de alta do Coronavirus, uma vez que enquanto todos os países apresentaram recuo em sua produção a China foi a única que não só sustentou como cresceu 2% em abril  conforme já noticiamos.

Falando sobre o assunto Carlos Loureiro presidente do Inda nos confirmou esta comunicação de alta entre os 8 a 12% e afirmou que as siderúrgicas vêm enfrentando dificuldades com seus custos internos. Segundo ele houve um crescimento de cerca de 20% nos preços do minério e do carvão desde o último reajuste praticado. Estes ajustes agora praticados irão reduzir um pouco o impacto nos prejuízos acumulados, também por esta defasagem.  Mesmo com o mercado retraído, os reajustes tornam-se indispensáveis, além de terem espaço para serem definidos. A questão da valorização do real frente ao dólar é outros do motivos, pois com o dólar acima dos R$ 5,00 – já tivemos picos de R$ 5,44 – a importação é algo impensável para qualquer empresário..

Ainda segundo Loureiro, o que segura os aumentos de preços e faz com que as usinas tenham certas dificuldades de elevar os valores, primeiro, é a paridade internacional, senão vejamos:

“Se subir muito os preços no mercado interno, abre-se espaço para que o material importado entre no mercado local e crie uma competição. Isso, hoje, não existe. Com o dólar a R$ 5,30 e o aumento dos custos no exterior, já que o aço teve uma recuperação de preços variando de 8% a 10%, com BQ na China saindo de US$ 390 para US$ 430, mais o frete, hoje, o material chegaria ao Brasil com valores de 13% a 14% acima do preço nacional. Então, não existe competição com os aumentos já anunciados” disse ele.