Máscaras face shields ganham suporte de aço inox. Foram fornecidos mais de 100 mil unidades do equipamento

Conforme nota recebida em Minas Gerais, por iniciativa e pesquisas do Dr. Leandro Duarte, médico que está na linha de frente para o combate ao coronavirus, está se adotando o uso de peças que tem como um dos componentes o aço inox na fabricação dos face Shields.

Nem sempre para inovar é preciso uma ideia mirabolante. Às vezes, soluções simples também podem gerar um grande impacto positivo e, quando é para fazer o bem, essa inovação tem um valor ainda maior. É o caso de um projeto de fabricação de máscaras face shields, que nasceu por iniciativa de um médico em Belo Horizonte, e ganhou apoio de indústrias mineiras para alcançar milhares de profissionais que atuam na linha de frente no combate ao novo coronavírus no estado.

A iniciativa partiu da necessidade de ampliar o acesso às face shields, um dos equipamentos de proteção fundamentais para aqueles que atuam diretamente no enfrentamento ao vírus. O médico Leandro Duarte, professor e coordenador do Eixo ético-legal da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, e líder do projeto, buscou parceiros para viabilizar a impressão 3D dos equipamentos e chegou até a Aethra, empresa especializada em sistemas automotivos. “As primeiras peças eram de plástico e levavam cerca de 2h para ficarem prontas, usando a impressora, o que inviabilizava uma produção em larga escala. Então, começamos a pensar outras formas de ampliar a produtividade e alcance do projeto e foi nesse ponto que o aço inox surgiu como uma excelente alternativa”, explica Duarte.

A “descoberta” saiu das mãos do engenheiro de desenvolvimento Felipe Martins, da Aethra. “O aço inox é uma matéria-prima que conhecemos bem e utilizamos amplamente no nosso dia a dia na empresa. Quando percebemos que a fabricação de peças em 3D não seria escalável, voltei os olhos para os materiais que já temos expertise e o principal deles é o aço inox. Incrivelmente ninguém no mundo teve essa ideia antes, o que torna esse projeto ainda mais especial”, ressalta Felipe.

O aço inox trouxe ao projeto não só ganho em produtividade, possibilitando a produção de até 1.200 unidades por dia, como também outros benefícios que ajudam a ampliar a eficácia de prevenção à pandemia. De fácil higienização e também melhor durabilidade, os novos face shields garantem melhor ergonomia no uso e foram aprovados pelos profissionais na fase de testes. Agora, serão produzidos em larga escala com apoio da Aperam, empresa líder na produção de aços planos inoxidáveis, elétricos e de carbono no Brasil.

A siderúrgica, com sede em Minas, doou 7 toneladas de chapas de aço para viabilização do projeto. “É uma satisfação dupla, tanto por contribuir com um projeto tão relevante nesse atual cenário enfrentado pelos profissionais de saúde e segurança em todo o estado, como também por comprovar a capacidade de versatilidade e inovação que o aço inox possui”, ressalta Frederico Ayres Lima, presidente da Aperam.

A rápida adesão das empresas ao projeto e a preocupação, principalmente, com o lado humano daqueles que estão enfrentando a pandemia foi fundamental. “O senso de solidariedade e coletividade tem movido todos nós em prol de um benefício maior. Nós conversamos com essas pessoas, ajustamos o projeto algumas vezes para atender ao que seria melhor para elas. São pessoas por trás dessas máscaras, luvas e trajes impermeáveis e elas merecem ser cuidadas também”, ressalta o médico Leandro Duarte.

A expectativa é que nas próximas semanas sejam produzidas 120 mil máscaras que serão encaminhadas a instituições como a Polícia Militar do estado, Bombeiros, Samu e profissionais que atuam na linha de frente de hospitais que recebem pacientes de Covid-19 em Belo Horizonte.

Para o Dr. Leandro Duarte, o equipamento tem uma alta capacidade de proteção mas, assim como as máscaras de tecido, exige um cuidado especial na sua higienização. Mais um ponto a favor do uso do aço inox na construção das peças. “O aço inox tem limpeza fácil e não se quebra no momento da higienização, como ocorre muitas vezes com o plástico. Sua superfície lisa permite uma assepsia ideal, tanto que essa matéria-prima é usada amplamente na fabricação de instrumentos cirúrgicos” explica.

Novo normal

Segundo o médico, o amplo uso de equipamentos de proteção individual será o “novo normal” pelo menos por um bom tempo, já que o vírus certamente seguirá circulando pelos próximos meses. “A máscara face shield é uma importante aliada no combate ao vírus, pois oferece uma proteção adicional para que as pessoas evitem tocar o rosto e também cria uma barreira ao vírus que possa vir de outra pessoa. É fundamental pensarmos nessas ações de médio e longo prazo para proteger não só a vida da população em geral, mas também desses profissionais de saúde e segurança que estão nessa linha de frente em exposição constante” alerta o médico.

Fonte: Paula Meireles paula@redecomunicacao.com