De acordo com balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção em julho chegou a 170,3 mil unidades, alta de 73% sobre junho, mas ainda 36,2% inferior ao mesmo mês do ano passado. O primeiro mês do segundo semestre apresentou números muito positivos para o setor automotivo, na comparação com os três meses anteriores. É a busca da volta a normalidade, mesmo com os resquícios da Pandemia ainda pairando por nossos ares.
Os emplacamentos de autoveículos (174,5 mil) cresceram 31,4% sobre junho, mas caíram 28,4% em relação a julho de 2019. Nas mesmas comparações, as exportações subiram 49,7% e recuaram 30,8%. No resultado acumulado do ano a produção teve queda de 48,3%, seguida pelas exportações (43,7%) e por licenciamento (36,6%).
Os segmentos de caminhões e máquinas estão conseguindo manter o ritmo de vendas e produção acima dos veículos leves. Já as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias foram 1,3% superiores às de 2019.
“Além de um número maior de dias úteis, julho foi um mês no qual as montadoras e concessionárias fizeram um grande esforço para recompor o caixa prejudicado pela longa quarentena. Mas o ritmo de vendas diário foi apenas 20% superior ao de junho, o que demanda cautela na análise de como será a recuperação no segundo semestre”, avalia Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea.
Setor automotivo mantém seus compromissos com a redução de emissões de poluentes
O Presidente da Anfavea também apresentou na reunião um resumo das ações do setor automotivo para reduzir as emissões de poluentes. Desde quando foi instituído o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), há quase 40 anos, as seis fases para veículos leves já reduziram radicalmente os níveis de emissões de poluentes: 95% para monóxido de carbono, 98% para hidrocarbonetos, 96% para óxidos de nitrogênio e 87% para aldeídos. No caso dos veículos pesados, sete fases reduziram a emissão de óxidos de nitrogênio em 86%, e em 95% a de materiais particulados. Nas principais cidades de São Paulo, entre 2006 e 2018 medições feitas pela Cetesb apontam a redução pela metade, em média, da presença de todos esses gases poluentes veiculares. Isso apesar de a frota de veículos no estado ter crescido 66% nesse período.
Entretanto, a Anfavea julga necessário adiar em 2 ou 3 anos as próximas etapas do Proconve para veículos leves e pesados por uma questão econômica, já que o setor vai perder quase 40% de sua receita neste ano, e também por uma questão sanitária, afinal, todos os testes de desenvolvimento foram prejudicados pela quarentena provocadas pela maior pandemia dos últimos 100 anos.
“Uma crise dessa dimensão vem afetando todos os campos profissionais, e não é diferente com nossa indústria. Somos a favor das novas etapas de redução de emissões, cujo cronograma ajudamos elaborar. Essa sugestão de breve adiamento não afeta nosso compromisso com o meio ambiente”, conclui o Presidente da Anfavea.
Fonte: Anfavea