A reação da economia, principalmente da construção civil, está se refletindo na venda do insumo às usinas nacionais.

Segundo dados divulgados pela Inesfa  as exportações de sucata de ferro aço, insumo usado na fabricação de aço pelas usinas siderúrgicas, alcançaram 55.376 toneladas em agosto, uma queda de 19,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando atingiram 68.999 toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No comparativo com julho/2020, quando as exportações foram de 76.459 toneladas, a queda foi ainda maior, de 27,5%.

A retração nas vendas externas confirma a expectativa das empresas do setor, que desde julho já vinham sentindo uma reação do mercado interno, principal mercado do setor, com a retomada da economia e da demanda de aço na construção civil.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Ferro e Aço (Inesfa), o setor segue priorizando as vendas internas, que tradicionalmente representam mais de 90% do mercado do insumo de sucata. “As empresas ainda têm um volume relativamente alto de contratos de exportação a serem cumpridos nos próximos meses, mas a tendência é de uma retomada mais acentuada nas compras internas pelas usinas”, afirma Alvarenga.

Após um primeiro semestre de recorde nas exportações, um total de 393 mil toneladas, alta de 46% em relação ao mesmo período do ano passado (269 mil), o mercado interno começa a se ajustar. “Na verdade, a exportação tornou-se uma boa opção para as empresas quando há dificuldades de colocação da sucata internamente”, afirma Alvarenga.

A melhoria do mercado interno vem ocorrendo principalmente com a maior demanda da construção civil por aço. Com isso, as usinas siderúrgicas brasileiras voltaram também a comprar mais sucata, explica Alvarenga. O Inesfa representa um setor que reúne mais de 5,6 mil empresas em todo o país, a maioria pequenas e médias. O segmento é importante para o sustento de mais de 1,5 milhão do pessoas, sendo mais de 800 mil os catadores (os chamados “carroceiros”).

Neste ano, o consumo interno deve chegar a cera de 8 milhões de toneladas (pouco mais 666 mil toneladas por mês), mas ainda longe do pico de vendas em 2013, com 11,171 milhões de toneladas no ano ou cerca de 930 mil toneladas ao mês

Fonte: Assessoria de Imprensa da Inesfa.

Mauro.arbex@letrasefatos.com.br