Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) foram emplacados 328.233 veículos no mês de setembro. O acumulado do ano chegou a 2.132.549, mas ainda é inferior em 27,77% em relação ao mesmo período de 2019.

Porém se considerarmos a variação em relação a agosto os números são positivos em 9,55%, indicando, portanto forte recuperação do setor. Nestas estatísticas são incluídos automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários, entre outros.

O crescimento foi localizado em apenas duas categorias: a de motocicletas (3,77%) e a de automóveis e comerciais leves (14,56%). Ao todo, foram vendidas 99.623 motocicletas e 198.792 unidades de automóveis e comerciais leves. Na comparação com setembro de 2019, os índices apresentaram, respectivamente, alta de 13,55% e queda de 10,92%.

Sobre o segmento de caminhões, a Fenabrave disse, em nota, que, “mesmo com a demanda aquecida, continua enfrentando um gargalo na produção”. Pela explicação da entidade, foi esse o fator que ocasionou a diminuição de 8,29% no volume de emplacamentos, fazendo com que setembro fosse encerrado com 7.411 unidades. O desempenho foi bastante inferior ao de setembro de 2019, de queda de 20,31%. Mesmo durante a Pandemia o setor de caminhões e ônibus não vinham conseguindo suprir o mercado.

Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, um dos principais percalços da produção é a falta de componentes. Na sua avaliação, um dos pontos que têm contribuído para a melhora nos números do segmento de caminhões é a concessão de créditos. Segundo ele, houve, no período, “uma boa oferta”, com oito a cada dez solicitações de crédito sendo deferidas. O financiamento foi mais fácil do que os relativos à aquisição de motocicletas, seção em que somente 4,2 pedidos foram aprovados.

Conforme nossas observações a retomada econômica acabou sendo mais incisiva do que se esperava. Em outra parte de nossas noticias no portal temos a palavra do Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), Carlos Da Costa, que afirmou nesta semana que vários insumos como aço, alumínio, papel e celulose, plásticos e outros sofreram com o retorno muito abrupto da economia e não tiveram tempo suficiente para recompor seus estoques. Tais setores estão a todo vapor trabalhando para atender a demanda e ao mesmo tempo recompor os estoques de segurança nas operadoras de cada segmento.

Já os implementos rodoviários também caíram, no mês passado. Em agosto, havia registrado emplacamento de 6.523 unidades, passando para 6.408 unidades em setembro, gerando uma diferença de 1,76%. Houve, porém, alta de 22,83%, quando a referência é setembro de 2019 (5.217 unidades).

Os emplacamentos de ônibus tiveram uma retração de 13,62%, na comparação com agosto, totalizando 1.535 unidades, contra 1.777 do mês anterior. Quanto a setembro de 2019 (2.323 unidades), o volume foi 33,92% menor. Tomando como parâmetro o acumulado do ano, a queda foi de 34,03%.

Máquinas agrícolas

O segmento de tratores e máquinas agrícolas tem, como os demais setores, enfrentado problemas de produção e fornecimento de insumos, impedido as montadoras de suprir a demanda.

‘Em agosto, as vendas (3.983 unidades) registraram queda de 9,83%, na comparação com o mês de julho (4.417). com queda foi de 6,96% – quando o segmento registrou 4.281 unidades comercializadas. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, a queda foi 5,17%, contra o mesmo período de 2019. Em 2020, foram comercializadas 26.662 unidades, contra 28.117, em 2019″. Ressalte-se que neste ano tivemos a pandemia paralisando as atividades quase que totalmente durante os meses de abril e maio.

Perspectivas para 2020

A Fenabrave complementa o balanço com projeções para o fechamento deste ano. Em julho, estimava-se queda de 35,8%. Porém, com a recuperação verificada, o índice foi revisado para 25,3%.

No início do ano, imaginava-se que o segmento de automóveis e comerciais leves fosse alcançar um crescimento de 9%. Em julho, a previsão tornou-se de queda de 37,1%. Agora a estimativa é de que a redução seja de 29,4%, enquanto aquelas esperadas para caminhões, ônibus e motocicletas são de 14,9%,  33,1% e 17,7%. Os implementos rodoviários, por sua vez, deverão fechar o ano com alta de 2,9%.

Fontes: Fenabrave e Agência Brasil