Previsão de alta nas vendas em 2021

por | 20/12/2020 | Edição 143

De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), as compras de aços planos realizadas no mês de novembro registraram queda de 15,9% perante os resultados do mês de outubro, com volume total de 291,5 mil toneladas (Mt) contra 346,5 Mt. Já frente a novembro do ano passado (280 Mt), a cifra apresentou alta de 4,1%.

Enquanto isso, no mesmo mês, apesar de subirem 15,8% na comparação anual, as vendas dos distribuidores contabilizaram queda de 8,7% na comparação a outubro, atingindo o montante de 339,4 Mt contra 371,7 Mt. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 293,2 Mt, registrou alta de 15,8%. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as vendas do setor responsável por cerca de um terço do consumo de aço nacional mostram alta de 6% ante mesmo período de 2019, para 3,33 milhões de toneladas.

No que diz respeito às importações, estas encerraram o mês de novembro com alta de 48,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 99,3 Mt contra 66,9 Mt, incluindo chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletrogalvanizadas, chapas pré-pintadas e Galvalume. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (48,7 Mt), as importações registraram alta de 103,9%.

Já no que tange aos estoques, a situação atual relatada pelo INDA é complicada. Em números absolutos, o estoque de novembro sofreu queda de 7,1% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 630,4 Mt (contra 678,3 Mt em outubro, volume suficiente para apenas 1,9 mês de comercialização, quando, segundo a entidade, o estoque normal seria no mínimo de 2,5 meses. “Se não conseguirmos repor os estoques, setor vai ter problemas porque não terá o que vender no 1º trimestre de 2021”, registra, externando preocupação, Carlos Jorge Loureiro, presidente do INDA. “Atualmente, temos umas 200 mil toneladas de material que estamos pedindo, e que não foram entregues pelas usinas”, acrescentou, citando problemas de oferta de aço pelas siderúrgicas nacionais.

Por conta disso, ainda de acordo com o executivo, tal situação tem incentivado os distribuidores a fazerem importações para entregas de material no início do ano que vem. “Existem muitos pedidos de importação de laminados a frio e zincados para entrega em dezembro, janeiro e fevereiro, o que deve elevar na cadeia a participação de volume de material produzido no exterior. Vai crescer bastante, e poderemos ter também alguns casos de importações de laminados a quente”, sublinha Loureiro.

Questionado sobre o cenário de preços de aço cobrado pelas usinas, o presidente do INDA afirma que há rumores de eventual novo reajuste em janeiro. Segundo ele, as siderúrgicas do Brasil têm elevado preços em até mais de 40% em alguns tipos de ligas desde meados do ano, causando queixas do setor industrial. “Os produtores alegam que sofrem incrementos de preços de insumos como minério de ferro, aliados à volatilidade do câmbio, por isso não podem deixar de repassar os reajustes”, informa.

Finalmente, no âmbito das projeções, para dezembro de 2020, a expectativa da rede associada ao INDA é de que as operações de compra e venda tenham uma queda de 11%. Enquanto que, para 2021, o setor de distribuição de aços planos espera crescimento de 8% a 10%, impulsionado, nos primeiros meses do ano, pelo já mencionado e ainda lento processo de recuperação dos estoques.