Exportação de sucata ferrosa recua 75% em dezembro de 2020

Em dezembro último, com vendas externas de apenas 16 mil toneladas, ante 63 mil no mesmo mês de 2019, a queda nas exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, foi de 75%, tendência que já vinha sendo verificada desde outubro. Em compensação, registraram ligeira alta de 2,96% no ano passado, com o total de 731 mil toneladas, em relação a 2019, quando somaram 710 mil toneladas.

Tradicionalmente, as exportações representam cerca de 5% de toda a produção de sucata metálica no país, enquanto as usinas siderúrgicas adquirem, em anos normais, mais de 90% da oferta. O Inesfa estima em 8 milhões de toneladas o consumo de sucata ferrosa por parte das usinas siderúrgicas em 2020, próximo ao verificado em 2019 e distante do pico de 2013, com 11,171 milhões de toneladas, mas que já reflete melhoria se comparado a delicada situação do primeiro semestre de 2020.

Os números de 2020 refletiram a quase paralisação da economia principalmente de março a junho, auge da pandemia, de acordo com o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa). O consumo de sucata das siderúrgicas também caiu acentuadamente no período, o que levou as processadoras a buscarem o mercado externo como opção, segundo Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa.

O quadro se alterou a partir do segundo semestre, principalmente nos últimos três meses do ano, quando a economia apresentou sinais de recuperação, com destaque para construção civil que levou a uma maior procura por aço e, consequentemente, pela sucata metálica. A repentina retomada da demanda por aço no final do ano passado deve permanecer no primeiro trimestre deste ano, na avaliação do Inesfa. “Estamos otimistas com 2021, já que se percebe uma retomada na produção industrial de bens de capital e de consumo, que fazem uso de muito aço, o que leva as usinas siderúrgicas e fundições a necessitar mais sucata”, diz Alvarenga,

Fonte: Inesfa