Segundo Alvarenga, as processadoras de sucata já percebem, desde o final do ano passado, uma recuperação do mercado local e esperam que o consumo do insumo em 2021 possa superar as estimadas 8 milhões de toneladas de 2020 (números ainda não fechados), mas ainda distante do pico de 2013, com a venda de 11,171 milhões de toneladas. Mas a tendência, na avaliação de Alvarenga, é que o mercado interno volte à normalidade, com mais de 90% da produção de sucata sendo absorvida pelas siderúrgicas brasileiras, enquanto ao exterior continuará restando o excedente não adquirido no Brasil. Tradicionalmente, as exportações representam cerca de 5% de toda a produção de sucata metálica no país, enquanto as usinas siderúrgicas adquirem, em anos normais, o restante.

Assim como um pendulo de um lado cresce o consumo  no mercado interno e de outro lado recuam as exportações. Confirmando a tendência de recuperação do consumo de sucata no mercado interno pelas siderúrgicas e fundições, as exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, atingiram 19 mil toneladas em janeiro de 2021, queda de 62% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando somaram 50,3 mil toneladas. Em compensação, as importações pelas usinas apresentaram um grande salto no primeiro mês deste ano, com 35 mil toneladas, ante a pouco mais de 1 mil toneladas em janeiro de 2020. O expressivo crescimento das importações se deve, conforme o presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Clineu Alvarenga, aos baixos níveis de estoques das usinas siderúrgicas e ao aumento da produção de aço no mercado interno .

“Sempre damos prioridade ao mercado interno. A exportação, que cresceu nos últimos anos, é hoje importante alternativa das empresas de sucata em momentos de crises econômicas com forte retração do consumo, como forma de manter as operações, o equilíbrio ao meio ambiente e evitar demissões”, diz o presidente do Inesfa. “Estamos otimistas com 2021, já que se percebe uma retomada na produção industrial de bens de capital e de consumo, que fazem uso de muito aço, o que leva as usinas siderúrgicas e fundições a demandarem mais sucata”, diz Alvarenga.

Fonte: Assessoria de imprensa da Inesfa