De acordo com comunicado recebido da AlaceroAssociação Latino-Americana de Siderurgia em 11 de fevereiro a América Latina continua apresentando sinais de recuperação econômica, embora o desempenho seja diferente e distinto entre os países da região. O objetivo principal da indústria do aço é continuar atendendo a demanda de cada país. Nesse cenário, a produção total de aço bruto para 2020 foi de 55,6 milhões de toneladas (Mt), o que representa uma queda de 8,4%, em relação ao total de 2019. Resultado muito próximo do resultado mundial, sem contar a China, redução de 7,7% com 822 Mt. Já a indústria siderúrgica chinesa registrou uma produção de 1.053 Mt, equivalente a um crescimento de 5,2%.

Na América Latina, o Chile foi o país com melhor desempenho com 1,2 Mt e um aumento de 2,1%; no outro extremo está o Peru, com queda de 40,6% e 732 mil toneladas.

A produção total de laminados caiu 9,7%, atingindo 46,3 Mt, semelhante à produção de 2003 e longe da melhor cifra de 2013, de 57,5 Mt. A maior queda na produção de laminados foram na Argentina com -18,8% (total 3,5 Mt para 2020), e em volume no México, com uma queda de -1,7 Mt (-9,9% e 15,8 Mt). Como referência, o Brasil fechou com -3,7% (21,7 Mt).

O consumo de aço, por sua vez, reflete a melhora da economia regional, registrando um aumento de 6% em novembro de 2020, em relação ao mesmo mês do ano passado em 5,5 Mt e sem ter registrado um mês desta magnitude desde outubro de 2019. Estima-se que esse desempenho pode ser mantido durante o primeiro trimestre de 2021. Em novembro de 2020, a participação das importações no consumo caiu e a expectativa é de que o consumo regional volte a crescer com o déficit comercial controlado. Em novembro, o saldo comercial acumulado registrou déficit 13,5% inferior aos 11 primeiros meses de 2019 (-12,4 mil t).

A Associação Latino-Americana de Siderurgia (Alacero) deseja adiantar alguns resultados de uma nova investigação realizada pelo Prof. Dr. Germano Mendes de Paula, que será divulgada em curto prazo, na qual os riscos de diferenças competitivas na Argentina, Brasil, Colômbia e México com países asiáticos como Coréia do Sul, Índia, Vietnã e principalmente China, e o risco que isso representa para a cadeia de valor da metalurgia da indústria do aço na América Latina. O estudo intitulado “Assimetrias Competitivas, Desindustrialização, Cadeia e Siderurgia” mostra como essas diferenças nas variáveis de competitividade como tributação, educação, logística e financiamento estão minando o futuro da siderurgia na região.

Nesse contexto de grandes assimetrias competitivas, a defesa da cadeia da metalurgia e da siderurgia na América Latina é fundamental para a manutenção de atividades com alto grau de vinculação e geração de empregos de qualidade. “Em 2019, de acordo com a informação disponibilizada no referido estudo sobre o impacto das importações diretas e indiretas de aço da China, a continuação da perda de empregos na cadeia metalúrgica latino-americana decorrente da desindustrialização é uma questão que devemos considerar crítica. Alacero defende o fortalecimento da recuperação econômica por meio da promoção do investimento privado e estrangeiro, redução do custo do país em aspectos como impostos e logística, estímulo à infraestrutura e fortalecimento da cadeia de valor metal-mecânico.

Fonte: communications@alacero.org