Segundos dados divulgados pela Anfavea – Entidade que reúne as montadores de veículos no Brasil, a produção no primeiro trimestre de 2021 cresceu 2% em relação ao mesmo período de 2020, mas as vendas de veículos caíram 5,4% em relação ao ano passado.
O primeiro trimestre do ano fechou com desempenho frustrante nas vendas de autoveículos. Isto porque as 527,9 mil unidades licenciadas representaram queda de 5,4% sobre o mesmo período de 2020.
Mas, segundo a entidade, o que mais preocupa é a retração de 23% em relação ao último trimestre do ano passado, freando a recuperação que vinha desde a metade do ano de 2020.
Tradicionalmente, essa queda era de apenas 15%. A comparação entre março deste ano e do ano passado traz um ilusório crescimento de 15,7%, lembrando que o mercado parou quase por completo na metade de março de 2020 em função do início da pandemia do coronavírus.
Este desempenho de 2% superior ao do primeiro trimestre de 2020, em grande parte foi impulsionado pelos ótimos resultados de caminhões e comerciais leves.
Mesmo com a paralisação de algumas fábricas na última semana do mês por falta de insumos ou feriados antecipados pelo agravamento da pandemia, várias montadoras conseguiram, num esforço logístico, completar unidades que estavam paradas nos pátios com alguma peça faltando.
O melhor resultado no acumulado do trimestre foi o das exportações, de 95,8 mil unidades, volume 7,6% superior ao dos embarques do início de 2020. O estoque de veículos nas fábricas e nas concessionárias se mantém estável num patamar baixo, de 101,1 mil unidades. Também chama a atenção a relativa estabilidade do nível de empregos diretos – 104,7 mil postos entre as montadoras de autoveículos. Em um ano de pandemia, houve cerca de 2,3 mil perdas de vagas, 2,1% da força de trabalho.
O que chamou a atenção nesta coletiva da Anfavea foi o pronunciamento do presidente da entidade Luiz Carlos de Moraes em relação ao futuro do Brasil.
Ele reclamou da morosidade na aplicação das vacinas a toda a população, dos excessivos ruídos políticos que estão acontecendo e do empobrecimento da população em função das inúmeras paralisações e demissões que acontecem. Já temos 14 milhões de desempregados e cerca de 30 milhões de pessoas vivendo de bicos ou de subemprego. Por fim criticou ainda o governo estadual que mesmo neste momento de pandemia insiste em aumentar o ICMS que passou de 12% em janeiro para 14,5% agora em abril e que vem dificultar ainda mais o desempenho do setor automotivo. Segundo suas palavras:
“O que me preocupa é o futuro, não só da indústria, mas do Brasil, pois resta saber até quando o consumidor terá condições de continuar comprando. As concessionárias continuaram vendendo mesmo com as portas fechadas pois agora temos ferramentas virtuais de vendas e licenciamentos digitais, que nos ajudaram, mas até onde vai o fôlego dos compradores?”