Segundo o Instituto Aço Brasil neste mês de março alcançamos o melhor desempenho desde outubro de 2013 no tocante a venda no mercado interno dos produtos siderúrgicos. Esta informação é extremamente importante, pois mostra que não só a indústria do aço vem batendo recordes de produção, como as indústrias, a construção civil e os outros setores consumidores também estão em franco desenvolvimento e comprando praticamente tudo o que se fabrica.

Em março a produção brasileira de aço bruto foi de 8,7 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a março de 2021, o que representou aumento de 6,2% frente ao mesmo período do ano anterior. As vendas internas no 1º trimestre desse ano foram de 5,9 milhões de toneladas, com aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2020, enquanto o consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 6,7 milhões de toneladas, com um aumento de 32,8% em relação ao 1º trimestre de 2020.

Segregando-se exclusivamente o mês de março, as vendas internas cresceram 41,9% frente a março de 2020 e atingiram 2,1 milhões de toneladas o que é o melhor desempenho desde outubro de 2013. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,4 milhões de toneladas, 50,1% superior ao apurado em março de 2020. Também aí tivemos um novo recorde pois este foi o maior consumo aparente desde outubro de 2013.

As exportações de março foram de 1,4 milhão toneladas, ou US$ 911 milhões, o que resultou em aumento de 0,3% e 25,9%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2020.

As importações de março de 2021 foram de 401 mil toneladas e US$ 363 milhões, uma alta de 183,0% em quantum e 109,7% em valor na comparação com o registrado em março de 2020.

Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, tais números mostram inequivocamente que as usinas siderúrgicas nacionais continuam priorizando e aumentando suas vendas ao mercado interno, derrubando algumas teses de desabastecimento em função de exportações.

Para ele essa demanda do mercado reflete a retomada dos setores consumidores, mas também a formação de estoques defensivos de alguns segmentos em relação à volatilidade do mercado, ocasionado pelo boom no preço das commodities. No caso da indústria do aço, a quase totalidade de insumos e matérias primas e, em especial, as essenciais como minério de ferro e sucata tiveram significativa elevação de preços, com forte impacto nos custos de produção.

Também foi divulgado o ICIA – Índice de Confiança da Indústria do Aço relativo ao mês de abril.

Este indicador mostrou crescimento de 1,9 ponto frente ao mês anterior chegando aos 67,4 pontos. A alta interrompeu a tendência de queda dos últimos cinco meses. No entanto, essa elevação não garante a trajetória de crescimento futuro da confiança dos CEOs da indústria do aço, mas uma possível flutuação do índice.

O ICIA se encontra 17,4 pontos acima da linha divisória de 50 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam confiança, enquanto valores abaixo de 50 pontos apontam falta de confiança.

O indicador de situação atual cresceu 1,1 ponto frente ao apurado no mês anterior, para 70,1 pontos. O indicador de expectativas para os próximos seis meses também aumentou, mas em 2,2 pontos na mesma comparação, para 66 pontos.

O índice que mede as expectativas sobre a economia brasileira para os próximos seis meses cresceu 4,1 pontos, para 60,4 pontos. O indicador de expectativas sobre a própria empresa para os próximos seis meses aumentou 1,3 ponto e atingiu 68,9 pontos.