O Dia Nacional do Aço relembra a importância desse setor para a indústria brasileira.

No dia 9 de abril, mais uma vez foi comemorada a data máxima da siderurgia brasileira: o Dia Nacional do Aço. A data emblemática foi escolhida em homenagem à criação da Companhia Siderúrgica Nacional, inaugurada em 9 de abril de 1941, por meio da assinatura do Decreto – Lei nº 3.002, de 30 de janeiro de 1941, sancionado pelo então presidente Getúlio Vargas, estabelecendo um marco decisivo e importantíssimo para o processo de industrialização do Brasil, e que, a partir daí, viabilizou e serviu de impulso à implantação das primeiras indústrias genuinamente verde e amarelas no país.

Durante os idos de 1950 e 1960, esse primeiro passo se transformou em um salto de grande amplitude para o setor. Já na década de 1970, o objetivo que guiou essa expansão foi o significativo e concentrado esforço – principalmente nos anos do chamado “Milagre Brasileiro” – para se aumentar a produção nacional da liga, com o objetivo de substituir e reduzir as importações, que até então correspondiam à 40% do mercado. Com isso, a partir da década de 1980, um dos movimentos mais icônicos foi o incremento das exportações brasileiras de aço, que saltaram de 11,6% para 43% da produção.

Por sua vez, nos anos de 1990, as principais siderúrgicas do país foram privatizadas, em processo concluído em 1993, que resultou em uma complexa estrutura patrimonial no âmbito siderúrgico. Na época, as empresas do setor passaram a corresponder a quase 70% da produção nacional na época, abrindo espaço para que, já na virada do século 21, elas se consolidassem e aumentassem sensivelmente sua escala de produtividade e a possibilidade de aproveitamento de novos negócios. E tal desempenho viabilizou a conquista de sucessivos avanços em âmbito global, garantindo ao Brasil lugar de destaque entre os dez maiores produtores de aço bruto no mundo na atualidade, com o suporte e a evolução das siderúrgicas brasileiras, entre as quais se destacam, além da pioneira CSN, grandes empresas como a Usiminas, a ArceloMittal e a Gerdau.

DO PASSADO ANCESTRAL AO PRESENTE SUSTENTÁVEL
Produzido a partir da engenhosa combinação de ferro e carbono, o aço é uma liga metálica presente no dia a dia e na vida da sociedade moderna. E o início de sua história ancestral remonta há milênios. A primeira referência a ele foi dada pelo filósofo Heródoto, em 450 a.C., que escreveu sobre armas fabricadas com aço na Grécia. Mais tarde, em meados do no século 3 a.C, Dêmaco, escritor do tempo de Alexandre o Grande, já fazia uma classificação dos tipos de aços: o “Aço Calibio”, indicado para fabricar ferramentas ordinárias; o “Aço Lidios”, para produção de espadas, lâminas e instrumentos médicos; e o “Aço Lacedemônico”, indicado para a fabricação de cinzéis, brocas e limas. Já na Idade Contemporânea, com o advento da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século 18, o aço mudou por completo o panorama da indústria e da sociedade no mundo.

No Brasil, a produção siderúrgica teve início em 1925, quando a Usina de Sabará, pertencente à Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, tornou-se a primeira usina integrada da América do Sul a utilizar o carvão vegetal como redutor. Um fato importante ocorrido mais recentemente foi a privatização da siderurgia brasileira, concluída em 1993, que resultou na complexa e atualizada estruturação patrimonial siderúrgica que temos atualmente em nosso país.

Essencial para a indústria, o aço encontra aplicações em diversos setores da economia, tais como o automotivo, o de transportes e o de petróleo e gás, entre tantos outros. Aliás, sem medo de errar, pode-se dizer que está presente até mesmo em áreas nas quais a maioria das pessoas sequer imaginam.

Assim, na agricultura, por exemplo, ele é a base da construção das máquinas utilizadas em todo o processo de produção dos alimentos. Já na construção civil, sua utilização vem aumentando exponencialmente nas obras de edificação de residências e prédios, bem como na construção de pontes e rodovias, entre outras áreas de infraestrutura. O mesmo acontece no setor de bens de consumo, na qual figura como matéria-prima para a produção de eletrodomésticos como fogões e geladeiras, de eletroeletrônicos, como computadores e celulares.

Moderna, robusta e, ainda, fortalecida pelo apoio de sua eficiente rede de distribuição, e cada vez mais integrada à proposta do uso das ferramentas tecnológicas e de gestão da Indústria 4.0, a operação do aço no Brasil encontra-se hoje focada não só na elevação dos níveis de aperfeiçoamento dos produtos já fabricados, como também no desenvolvimento de pesquisas avançadas no campo da inovação para ampliar a oferta de novas soluções, formatos e apresentações, a fim de mais bem atender ao mercado brasileiro e global. Ainda com esse escopo, concentra-se na busca por diversificação das matrizes energéticas de fabricação mais limpas e sustentáveis, visando à preservação do meio ambiente e à redução dos custos industriais de produção da liga.