Em decisão tomada na última reunião do Copom, foi elevada a taxa Selic que é o balizador para o mercado, em 0,75 p.p., levando a taxa para 3,50% a.a. e sinalizou continuidade de uma normalização parcial, com mais uma alta de mesma magnitude.

Segundo nota divulgada pelo DEPEC – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco nas justificativas foi dito que em relação à economia brasileira, os membros destacaram que os indicadores recentes mostram uma evolução mais positiva da atividade, apesar da segunda onda da pandemia. Acerca da inflação, a leitura foi de que os choques atuais são temporários e que o Comitê seguirá atento à sua evolução. Para a próxima reunião, o Banco Central indicou outra elevação de 0,75 p.p. e manteve a visão de que o cenário base indica uma normalização parcial da taxa de juros, com manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica. Contudo, o comunicado também deixa claro que não há compromisso com essa posição e os próximos passos poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação (leia-se 2022). Essa decisão, por sua vez, está alinhada com a nossa expectativa de que a Selic encerrará este ano em 5,25% a.a.

No entanto a CNI – Confederação Nacional da Industria divulgou nota oficial onde considera que a decisão está equivocada. Segundo a nota que você pode conferir abaixo: “Nesse momento, as medidas deveriam ser para estimular o crédito para consumidores e para empresas este aumento aumenta o custo do financiamento e não contribui para a retomada da economia”

Aumento de juros é uma decisão equivocada, avalia CNI
Apesar da pressão inflacionária de curto prazo ter sido mais forte e persistente do que o esperado, essa situação é temporária. A indústria apresentou queda de 3,4% nos meses de fevereiro e março

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, por um novo aumento na taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual.

Nos primeiros meses do ano, a atividade econômica, que vinha mostrando uma gradativa recuperação, sofreu novo impacto negativo em razão da segunda onda do covid-19 e da necessidade de novas medidas de distanciamento social. Entre fevereiro e março, por exemplo, a indústria apresentou queda de 3,4%.

“O setor produtivo ainda sofre com os efeitos negativos ocasionados pela pandemia. Nesse momento, as medidas deveriam ser para estimular o crédito para consumidores e para empresas, no entanto, esse segundo aumento da Selic, de forma bastante expressiva, aumenta o custo do financiamento e não contribui para a retomada da economia”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A CNI entende que o Banco Central mantém o diagnóstico de que, apesar da pressão inflacionária de curto prazo ter se revelado mais forte e persistente do que o esperado, os choques atuais são temporários. No Relatório Trimestral de Inflação de março, a instituição estima quedas adicionais nas projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 2021 e 2022, em um cenário de agravamento da crise sanitária.

Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
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Fonte: imprensa@cni.com.br