Apesar da demanda aquecida, preços da sucata ferrosa caem
Produto que é utilizado na indústria siderúrgica vem apresentando queda nos últimos dias. Especialistas entendem que mesmo com a demanda aquecida há um excesso de oferta no mercado.
Levantamento da S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities aponta que os preços da sucata de ferro e aço pagos pelas usinas siderúrgicas às empresas de processamento caíram em média entre R$ 60 e R$ 100 a tonelada no mês de maio. Segundo as fontes ouvidas pela S&P, essa queda de preços se deve ao excesso de oferta da matéria-prima mesmo em um momento de demanda aquecida pelo insumo em razão da recuperação da economia. Além disso, o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa) atribui ainda a situação às importações de sucata ferrosa, que chegaram a 180 mil toneladas de janeiro a maio deste ano, conforme divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), e à compra verticalizada por parte das usinas siderúrgicas (aciarias).
O presidente do Inesfa, Clineu Alvarenga, que representa um segmento formado por mais de 5,6 mil empresas em todo o país, acredita que, diante do quadro atual, a exportação, que vinha caindo em 2021, volte a ser importante alternativa ao equilíbrio e subsistência da cadeia da reciclagem. Em maio, já houve uma recuperação nas vendas externas. Foram exportadas 33 mil toneladas, volume ainda abaixo das vendas de maio do ano passado, quando atingiram 51 mil toneladas, mas a maior quantidade mensal neste ano.
O consumo de sucata no Brasil vem reagindo desde o final do ano passado, puxado pela forte retomada da indústria da construção civil e maior procura por aço, podendo superar 9 milhões de toneladas neste ano, 12,5% acima de 2020, cuja estimativa é de 8 milhões de toneladas, nos cálculos do Inesfa. “As empresas de sucata estão atentas ao incremento da demanda e destinam atualmente mais de 90% do total processado de materiais ferrosos ao mercado brasileiro, exportando somente o excedente” diz Alvarenga.
Fonte: Mauro.arbex@letrasefatos.com.br – Assessoria de imprensa