O Inda, entidade que cuida dos interesses dos distribuidores de aços planos no Brasil apresentou nesta manhã (22/06) o seu balanço mensal de desempenho com uma novidade. As vendas no mês de maio mostraram um recuo de 6,6% quando comparadas ao mês anterior. Foram vendidas 320,3 mil toneladas contra 343,1 mil toneladas.
Já sobre o ano passado o crescimento foi de 52,7%, lembrando que no ano passado no mês de maio estávamos em pleno pico da pandemia.
O acumulado de vendas do ano mostra uma evolução de 34,9% com um total de 1.625 milhões de toneladas vendidas.
Carlos Loureiro, presidente executivo da entidade explicou que na verdade não houve uma retração na retomada dos negócios e que este resultado pode ser um reflexo do excesso de aço importado que chegou ao Brasil no mês de maio e vai continuar chegando em junho e possivelmente julho.
Segundo ele quando havia uma brutal demanda de aço, nos primeiros meses do ano (janeiro a março) foram fechadas várias importações no exterior com preços ainda muito menores do que os praticados hoje e este aço está chegando agora, trazendo inclusive excelentes resultados para os importadores, pois chegam com os preços daquela época. Na pratica para a rede de distribuição o aço importado substituiu o aço nacional em uma fatia do mercado.
Outro fator que justifica a queda apresentado por Loureiro é de que já está saturado o processo de aumento dos preços no mercado interno. As usinas já subiram para os distribuidores de aço, cerca de 65% neste ano de 2021, e vários deles estão com muitas dificuldades em repassar estes aumentos. Não há espaço para novos reajustes, principalmente considerando que o dólar está apresentando tendência de queda e analistas econômicos já apontam para o segundo semestre o dólar na casa dos R$5,00.
As compras das distribuidoras permaneceram no mesmo patamar do mês passado ou seja 345,6 mil/ton contra 345,1 milt/ton do mês passado. Na variação de ano para ano o período de janeiro a maio de 2021, foram adquiridas 1.688,6 mil/ton contra 1.253,6 mil/ton do ano passado, com crescimento de 34,7%.
Com este movimento os estoques subiram de 713,2 mil/ton para 738/4 mil/ton o representa um giro de estoque de 2,3 meses.
Confirmando a informação as importações de aço em maio foram de 324.133 mil toneladas incluindo as placas que as próprias usinas importaram. Se expurgarmos as placas as importações desembarcadas em portos brasileiros forma de 188.994 mil/ton. Em relação a abril o crescimento foi de 50,7% pois naquele mês foram contabilizados 125.448 mil/ton.
Com respeito aos preços internacionais, Loureiro acredita que permaneceram neste patamar, pois os insumos básicos como a Sucata, o Carvão e o Minério de Ferro, continuam apresentando “viés” de alta nos mercados mundiais. Ele dá como exemplo a bobinas laminada a quente que nos EUA chegou a US$1.824 mil com um crescimento de 520% em relação a dez meses atras, na Europa está cotada a US$1.388 mil e no resto do mundo a R$ 1.091 mil. Os EUA continuam como sendo o grande importador de aço brasileiro, principalmente no tocante às placas e neste mês de maio recebeu 81% de toda a nossa exportação com perto de 530 mil/ton.
Fonte: INDA