Segundo dados divulgados hoje (17/06) pelo Instituto Aço Brasil, a produção nacional de aço bruto em maio, atingiu 3,1 milhões de toneladas. Esta é a maior produção registrada em um mês, desde outubro de 2018. Em relação ao mês anterior a produção cresceu em torno de 3%. Já no acumulado de janeiro a maio de 2021, a produção atingiu 14,9 milhões de toneladas, que representa um aumento de 20,3% frente ao mesmo período do ano anterior, e também é a maior produção da série histórica.
Apesar de termos de considerar que o mês de maio do ano passado, foi um dos momentos em que o pico da pandemia estava no seu auge, o crescimento apurado foi de 73,9%, atingindo 2,1 milhões de toneladas vendidas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos, em maio, foi de 2,5 milhões de toneladas, com crescimento de 83% em relação ao verificado no mesmo período de 2020. Repetimos que o forte crescimento desses indicadores teve a influência da base de comparação com maio de 2020, que foi o segundo mês mais crítico de crise de demanda provocada pela pandemia de COVID-19, impactando fortemente não só a indústria do aço, mas toda a indústria de transformação mundial.
As vendas para o mercado interno, nestes primeiros cinco meses deste ano, foram de 10 milhões de toneladas, representando uma alta de 46,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. No período o consumo aparente de produtos siderúrgicos, foi de 11,5 milhões de toneladas, acumulando alta de 50,7% frente ao registrado no mesmo período de 2020, o maior volume desde outubro de 2013.
Segundo Marco Polo, presidente executivo do IABr, esses dados mostram que a indústria brasileira do aço está produzindo e vendendo no mercado interno mais aço do que vinha sendo colocado antes da pandemia e que a demanda atual, além do forte crescimento da economia, pode também ser explicada não só pela retomada dos principais setores consumidores, mas também pela formação de estoques defensivos de alguns segmentos que querem se proteger de cenário de volatilidade do mercado. Ele lembra que esta volatilidade é provocada pelo movimento mundial nos preços das commodities. Quase todos os insumos e matérias primas, em especial minério de ferro e sucata, continuam com significativa elevação de preços, causando forte impacto nos custos de produção da indústria do aço.
Ele reforça que não há qualquer situação de excepcionalidade no mercado doméstico de aço. O fornecimento pelas usinas está normalizado e as empresas siderúrgicas estão em ritmo de produção superior àquele verificado no período anterior ao início da pandemia do Covid no país. (Veja matéria em nosso portal sobre a reunião com as autoridades em Brasília para discussão de imposto de importação)
Também na data de hoje está sendo divulgando o Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA), referente ao mês de junho. Houve um recuo de 7,3 pontos frente ao mês anterior, atingindo agora 63,8 pontos. Tal queda ocorreu após dois meses de crescimento do indicador. Ainda assim, o ICIA se mantém 13,8 pontos acima da linha divisória de confiança de 50 pontos e 2,6 pontos acima da média histórica do indicador (61,2 pontos), iniciada em abril de 2019.”
Fonte: Instituto Aço Brasil – IABr