A coletiva de imprensa da ABIMAQ, entidade que representa os fabricantes de máquinas e equipamentos brasileiros, realizada na tarde de hoje (30/06) que era para ser uma reunião de divulgação dos números obtidos no mês passado, tornou-se também uma plataforma de divulgação das ações que a entidade vem realizando, visando coordenar ações para seus associados importarem o aço do exterior.

Segundo José Veloso, presidente executivo da entidade os preços entre o aço fornecido pelas siderúrgicas aqui instaladas e o aço importado, mesmo considerando todas os custos de frete, imposto de importação, desembaraços e outros, acaba sendo em torno de 30 a 40% mais alto no o aço brasileiro o que afeta de forma desproporcional o custo da indústria.

Disse ainda que sua entidade sempre foi favorável ao livre mercado e a concorrência, ou seja, existirem várias fontes de fornecedores e opções, para que cada um escolhesse aquilo que fosse melhor para o seu negócio e isso não vinha acontecendo, pois as siderúrgicas brasileiras, com a alegação da subida dos preços internacionais impuseram pesados aumentos desde meados do ano passado.

Por isso a Abimaq, realizou várias reuniões com seus associados que se organizaram e já estão fechando contratos de importação do produto. Ele disse que as compras de agora deverão chegar de 90 a 150 dias, dependendo de cada caso, mas que vê muitas vantagens para os compradores. Entende ainda que tal atitude deve ser algo rotineiro, não só para agora em 2021, num momento em que há forte pressão de crescimento e dificuldades de abastecimento. As empresas devem ter várias fontes de suprimento e no mundo globalizado que vivemos isso passa a ser algo comum.

Disse ainda que uma prova do que afirmou é uma realidade, ele tem noticias de que várias siderúrgicas e grandes distribuidores, estão acenando com descontos em seus produtos, uma vez que é eminente a troca de fornecedor por quem se sente prejudicado.

Com respeito aos números:
A receita liquida das vendas em relação ao mês anterior praticamente se manteve estável, com um crescimento de 0,7% apurando um total de R$ 17.179 milhões faturados. Já em relação ao acumulado do ano, o crescimento foi de 39,2%. Devemos lembrar que os meses de abril até junho do ano passado foram marcados pelo pico das paradas de indústrias em função da pandemia, com baixíssima atividade.

Um dado positivo foi que a Exportação do setor que cresceu 7,3% em relação ao mês anterior e a soma do acumulado cresceu em 14,1%, demonstrando que está sendo retomado o ritmo de exportação e as maquinas nacionais continuam tendo boa aceitação no exterior.  

Outro indicador importante foi o do Consumo Aparente, pois ainda que ele tenha se dado muito pela chegada de produtos de importação, cresceu  5,2% em relação ao mês anterior e no acumulado do ano 21,8%, que significa que atividade industrial está em alta. A Abimaq aqui prevê que os investimentos em máquinas e equipamentos neste ano sejam em torno de 31% maiores do que o ano anterior.

A capacidade instalada da indústria de máquinas está em 77,9% e a carteira de pedidos equivale a 11,8 semanas de produção.

Quanto ao nível de empregos, desde maio do ano passado a indústria de máquinas já contratou ou recontratou 58 mil pessoas e hoje ostenta um número de 354 mil pessoas empregadas no setor.

Fonte: Abimaq