Associação de Comercio Exterior do Brasil – AEB prevê recorde das exportações brasileiras em 2021
Graças à forte elevação das cotações das commodities – com destaque para minério de ferro, petróleo em bruto e soja em grão -, as exportações desse ano devem chegar aos US$ 270,051 bilhões, superando o recorde de US$ 256,041 bilhões de 2011, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). As projeções da entidade apontam também para o recorde no superávit comercial de US$ 68,001 bilhões, ultrapassando o saldo de US$ 67,001 bilhões obtido em 2017.
Já o volume de importações previsto pela AEB é de US$ 202,051 bilhões – aumento de 27,1% em relação a 2020, mas bem distante do recorde de US$ 239,621 bilhões atingido em 2013. A corrente de comércio, projetada em US$ 472,103 bilhões para esse ano, ficará próxima do recorde atual de US$ 482,292bilhões, apurado em 2011.
Os dados representam uma revisão da AEB sobre suas próprias projeções divulgadas no último mês de dezembro para o comércio exterior brasileiro em 2021.
Os cálculos foram realizados tendo como base o cenário atual, passível de fortes oscilações, com impactos sobre seus resultados. A economia e o comércio mundial continuam sendo impactados pela pandemia da Covid-19, provocando mudanças bruscas de cenários e projeções, tanto decorrentes de fatores externos como internos, afetando os dados de exportação e importação.
Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, os diferentes estágios de vacinação mundial têm provocado ajustes econômicos e iniciativas temporárias em cada país, afetando empregos, investimentos e o comércio mundial, exemplos observados no Brasil. Isoladamente, a pandemia tem sido o principal fator de incertezas econômicas em 2021, porém, outras razões têm contribuído para as oscilações constantes nas projeções.
“A dessincronização observada entre oferta e demanda de insumos e produtos no mercado mundial, aliado aos problemas observados no transporte marítimo, com redução de rotas, falta de container e forte elevação do frete, constituem fatores que contribuem para as oscilações. Com este cenário – ou apesar deste cenário – as cotações das commodities estão alcançando elevados patamares, beneficiando diretamente o Brasil, que vê suas receitas de exportações atingirem recordes”, atesta o presidente da AEB.
O Brasil permanece mantendo elevada dependência das exportações de commodities, com os produtos manufaturados continuando a sofrer forte impacto negativo decorrente da falta de competitividades provocada pelo elevado Custo-Brasil.
“Hoje as cotações das commodities estão atingindo elevados patamares. Mas a pergunta que se faz é como elas se comportarão em 2022? Qual será o impacto do “novo normal” na sua consolidação? Qual ou quais serão seus reflexos na balança comercial do Brasil em 2022?”, questiona.
Futuro
Para o presidente da AEB, o futuro do Brasil, e do comércio exterior em particular, depende da realização de duas tarefas indispensáveis: aprovar as reformas estruturais e reduzir o Custo-Brasil.
“A ausência destas reformas e iniciativas é responsável pelas exportações de produtos manufaturados terem atualmente valor nominal inferior ao exportado em 2007. Como 2022 será ano de eleições presidenciais, neste segundo semestre de 2021 todos temos que juntar esforços e agregar pensamentos em prol de um objetivo comum, representado pela saúde econômica, social e política do Brasil”, conclui Castro.
Sobre a AEB
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) é uma entidade privada sem finalidade econômica que congrega as empresas exportadoras e importadoras de bens e serviços, bem como as de atividades de apoio ao comércio exterior. Há mais de meio século atua em assuntos relevantes para a promoção de diversos segmentos da cadeia de negócios com o mercado externo, sempre atenta a conciliar as demandas dos associados ao interesse público. A AEB apresenta ao governo federal demandas e sugestões de políticas e medidas para incentivar as exportações e estruturar encontros que tracem diretrizes e estreitem diálogos entre empresários do setor e entidades governamentais.
Fonte: Assessoria de Imprensa AEB
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