Apesar dos recordes sucessivos de receita ou lucro das siderúrgicas, as usinas não têm repassado esses ganhos para os fornecedores de materiais recicláveis, e continuam a reduzir os valores pagos pela sucata ferrosa, um dos principais insumos usados na produção do aço.
Segundo levantamento semanal feito pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, os preços domésticos da sucata ferrosa brasileira vêm caindo toda semana. No último dia 16, a redução dos preços em média foi de R$ 50 por tonelada.
Apesar dos argumentos de altos estoques das usinas, o consumo de sucata no Brasil vem reagindo desde o final do ano passado, puxado pela forte retomada da indústria da construção civil e maior procura por aço, podendo superar 9 milhões de toneladas neste ano, 13,1% acima de 2020, que foi de 7,957 milhões de toneladas.
Entretanto. para Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), as usinas atuam como um oligopsônio no mercado, quando são poucos os compradores e atuam para controlar os preços dos insumos. Alvarenga lembra que, em um período de dois meses, a tonelada de aço teve uma queda de apenas 6,5%, enquanto a sucata de obsolescência 50%. “É o único país do mundo onde se vê tamanha disparidade”, completou.
Fonte: Mauro.arbex@letrasefatos.com.br
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