Conforme previsto nos últimos meses, apesar dos negócios continuarem em crescimento, o setor de processamento e distribuição de aço, continua em queda livre e segundo os dirigentes do Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, entidade que representa os distribuidores de aços planos, o problema tende a perdurar, em uma proporção pouco menor do que foi registrado em julho, principalmente enquanto não terminarem de chegar os aços importados que foram comprados nos primeiros meses do ano, com preços daquela época e que estão chegando agora ao Brasil.

Só para ter uma ideia deste impacto, chegaram ao Brasil, vindo de diversas partes do mundo, 211 mil toneladas de aços planos e mais 111 mil toneladas de placas, importadas pelas usinas para serem laminadas ou relaminadas aqui. Evidentemente a predominância foi o aço vindo da China seguido da Rússia e o terceiro maior fornecedor foi o Vietnã. Para confirmar uma afirmação feita na semana passada pelo presidente do Instituto Aço Brasil de que nosso país tem sido alvo de investidas comerciais de todos os pontos do mundo, nada menos do que quinze países colocaram aço no Brasil no mês de julho.

Mas além da investida do aço importado, outro ponto ressaltado por Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, é de que com o mercado plenamente abastecido e até com muita facilidade de se adquirir os aços mais comerciais, naquele mercado em que os distribuidores e a usinas disputam espaço, ou seja dos médios compradores, as usinas têm levado vantagem em detrimento dos distribuidores.

Com tal situação acontecendo e com a previsão de que os próximos dois meses não deverão apresentar grandes mudanças no quadro, o Inda se viu obrigado e rever sua projeção para o ano de 2021 e agora eles esperam que o ano termine com números no zero a zero, ou seja os resultados finais devem ficar idênticos aos alcançados no ano passado.

Por fim, ele comentou que para não agravar ainda mais a situação as usinas adotaram a pratica de exportação daquilo que não se consegue vender no mercado interno e tem conseguido bons resultados nesse quesito. Segundo ele, principalmente a CSN tem obtido sucesso com a exportação, pois como ela tem uma empresa do grupo em Portugal esta tem sido uma das válvulas de escape, além de outros negócios que ela faz nos EUA e na Europa. Além dela outras usinas como a CST do Grupo ArcelorMittal e a Usiminas tem conseguido também realizar bons negócios. Isso sem contar a CSPécem e a Ternium que são especialistas na produção e exportação de placas.

Falando dos números do mês de julho, as vendas da distribuição apresentaram queda de 12,8% quando comparada a junho, atingindo o montante de 261,4 mil toneladas contra 300 mil daquele mês. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 344 mil toneladas, a queda foi maior ainda, sendo de 24%. Porém aquele mês era um dos meses do inicio da retomada pós Convid com uma busca desenfreada dos consumidores pelo produto.

Na mesma direção as comprasdo mês de julho registraram queda de 14,8% perante a junho, com volume total de 295,9 mil toneladas contra 347,3 mil. Frente a julho do ano passado que havia registrado a compra de 316,7 mil toneladas a queda foi de 6,6%.

Com este movimento o estoque da rede em números absolutos fechou o mês com 820,2 mil toneladas contra 785,8 mil. O giro de estoque fechou em 3,1 meses que já está muito perto do normal.

Conforme já dito, a expectativa é de que a curva não se inverta ainda e se espera que a queda seja menor, em torno de 2 a 3% nas vendas e o estoque permaneça neste patamar de 3 meses de giro.