Segundo o Instituto Aço Brasil, que antecipou a sua divulgação em dezembro, os números finais do setor deste ano, devem confirmar o crescimento na produção de 14,7% com 36,0 milhões de toneladas e as vendas internas aumentem 17,0% ou cerca de 22,8 milhões de toneladas em relação a 2020.

Eles ainda projetam o crescimento de 24,3% no consumo aparente em 2021, totalizando 26,7 milhões de toneladas. Este bom crescimento deve-se à retomada do mercado interno após a crise de demanda provocada pela pandemia de COVID-19 no ano passado.

Com relação a 2022, está prevista que a produção brasileira de aço bruto terá crescimento de 2,2%, alcançando 36,8 milhões de toneladas. As vendas internas devem aumentar na mesma proporção ou seja 2,5% na comparação com este ano, chegando a 23,3 milhões de toneladas, enquanto o consumo aparente deve crescer 1,5%, atingindo 27,0 milhões de toneladas.

O presidente do Conselho, Marcos Faraco e o presidente Executivo Marco Polo de Mello Lopes fizeram questão de ressaltar em mais de uma oportunidade, que o mercado interno encontra-se plenamente abastecido e que os preços das commodities – que pressionaram os preços dos produtos siderúrgicos ao longo de 2020 e em parte de 2021 – vem se estabilizando e até mesmo decrescendo para alguns insumos.

Foi ainda ressaltado que apesar de as empresas siderúrgicas estarem produzindo em pleno funcionamento, o grau de utilização da capacidade instalada do setor ainda é muito baixa, em torno de 70%. O aumento da produção de aço objetivando atender a retomada das exportações, permitiria reduzir a ociosidade hoje existente, elevando o grau de utilização da capacidade instalada do setor para níveis mais próximos ou acima de 80%, que é considerado mundialmente como o mais adequado para operação das empresas.

No entanto há empecilhos internos e externos, sendo que um deles é a existência em níveis mundiais de um excedente acima de 500 milhões de toneladas que dá margem para todo o tipo de aventuras comerciais, além de uma concorrência acirrada, apesar do aço brasileiro ter um ótimo conceito no exterior, e no âmbito interno é necessário que seja recomposto o poder de competição da indústria nacional, por meio de ajustes tributários. O Instituto já de algum tempo cita o Reintegra que é um mecanismo de ressarcimento  de resíduos tributários inseridos nas exportações. Segundo o Instituto , o Reintegra não é incentivo ou benefício e sim um mecanismo para evitar a taxação das exportações dos produtos brasileiros, conforme preconizado na Constituição Brasileira.

Finalizando os Diretores se mostraram animados com as perspectivas para o ano que vem no tocante às exportações pois agora, aparentemente, surgem sinais de alguma flexibilização nas restrições às importações de aço, como é o caso das negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia. Neste contexto, a indústria do aço brasileira tem a expectativa de que se reestabeleçam as negociações com o governo americano para revisão do sistema de quotas imposto aos produtos siderúrgicos brasileiros no âmbito da Seção 232, vigente desde 2018. Já está marcada a inda de uma delegação de CEOs de algumas siderúrgicas nacionais juntamente com a diretoria do Instituto aos EUA, visando dar andamento em tais negociações.

Fonte: Instituto Aço Brasil