Estamos no “fechamento das cortinas” em 2021 e o balanço é que tivemos que conviver com variações ocorridas no campo econômico. Iniciamos o ano com os dois primeiros trimestres de crescimento, aquecidos e consistentes, mas após o meio do ano foi sentida em todas as atividades a desaceleração nos negócios, crescimento dos juros ditados pela taxa Selic, assim como crescimento da inflação, com natural perda de poder aquisitivo das famílias.
Segundo estimativas da CNI – Confederação Nacional da Industria a alta será de 4,7% do PIB do Brasil em 2021. A estimativa é menor do que o esperado no início do ano, devido às constantes quedas na indústria ocorridas no segundo semestre. De acordo com Robson Andrade, presidente da entidade, a expansão do PIB neste ano reverte a queda de 2020, mas o resultado não significa que os problemas acentuados pela crise e os desafios estruturais do país tenham sido superados. Há perda de ritmo da atividade econômica e as perspectivas para o próximo ano não são muito animadoras.
“A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e os custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa”, avalia Robson Braga de Andrade.
Já para o ano de 2022, em que no Brasil será o ano que vai ficar marcado pela realização de eleições majoritárias para diversos postos de comando, como Presidente da Republica e Governadores dos estados a entidade prevê queda da inflação e aumento do emprego e da massa de rendimento real. A entidade também acredita que investimentos na construção e em bens de capital deste ano vão influenciar produção nos próximos meses.
Com esta avaliação a CNI projeta crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2022. Esse é o cenário-base, há ainda um cenário pessimista e outro otimista. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, para a estimativa de 1,2% se consolidar, espera-se a superação parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego e normalização das cadeias globais de valor a partir do segundo semestre do ano. A previsão consta do documento Economia Brasileira: 2021-2022, divulgado nesta quarta-feira (15/12), com balanço da economia e previsões para 2022.
Para 2022, o presidente da CNI diz ser importante combater o Custo Brasil. A redução do Custo Brasil é fundamental para o setor produtivo, que segue engessado por problemas estruturais. “Em primeiro lugar, precisamos aprovar a PEC 110, que promove uma reforma tributária ampla e vai simplificar e corrigir as distorções do sistema de arrecadação de impostos. Devemos, ainda, modernizar e ampliar a infraestrutura. Com custos competitivos, poderemos receber investimentos de empresas que querem diversificar a rede de fornecedores”, explica Robson Braga de Andrade.
Segundo ele, o Brasil necessita de medidas que melhorem o ambiente de negócios e promovam a inserção internacional das empresas, além de políticas para atrair investimentos produtivos vinculados às cadeias globais de valor. “É indispensável eliminar a cumulatividade do sistema tributário e reduzir as despesas com logística e energia, para mudarmos a rota de baixo crescimento da última década”, afirma. Além disso, a reforma administrativa e a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo público são medidas importantes para contribuir com o equilíbrio fiscal.
No cenário pessimista, a previsão é de expansão do PIB de 2022 de 0,3% e, no cenário otimista, o Brasil crescerá 1,8%.
Fonte: Assessoria de Imprensa – CNI