Segundo dados divulgados pela Anfavea, entidade que reúne as montadoras de veículos no Brasil, o inicio do ano de 2022, não foi bom para o setor, mas segundo eles o contexto de todo o setor ajuda a explicar o que ocorreu. Começa que historicamente o primeiro bimestre de todos os anos tem as piores médias de vendas de veículos por conta de férias escolares, paradas das fábricas pelo recesso do final de ano e o natural desaquecimento de todo inicio de temporada. Além desses fatores já conhecidos a interminável falta de componentes, principalmente os chips e microprocessadores, agravada pelos impactos da variante ômicron sobre a força de trabalho contribuíram para tais números. De acordo com a ANFAVEA houve índices sem precedentes de absenteísmo, por conta de afastamentos de funcionários por covid-19 ou por suspeita da infecção o que fez com que várias unidades tivessem de suspender a sua produção ou ditar um ritmo mais adequado ao momento.

A produção total de veículos no mês passado somou 145,4 mil unidades considerando carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Foi uma queda de 31,1% em relação ao mês anterior, e de 27,4% em relação a janeiro do ano passado.

Também as vendas e exportações caíram (38,9% e 33,5% no mês, respectivamente) demonstrando as dificuldades por que passa o setor.

Segundo Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea ““Foi um mês de recorde nas infecções por covid-19 no país e de chuvas acima da média para o período, o que afetou a produção dos fornecedores e dos fabricantes de veículos, e ainda afastou clientes das concessionárias”, e continuou. “Afora isso, outro fator que afetou os números foi a bem-vinda entrada em vigor do novo sistema do Registro Nacional de Veículos em Estoque, o Renave, que desburocratizou e trouxe maior segurança ao processo digital de licenciamento. A curva de aprendizado de todos os agentes envolvidos nessa operação da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) atrasou alguns licenciamentos de carros vendidos em janeiro, mas a situação já está normalizada, refletindo em números melhores de emplacamentos neste início de fevereiro”.

E finalizou dizendo que a entidade que representa, projeta um bom ano para a atividade, pois acredita que a questão dos semicondutores, deve ser quase que totalmente sanada ao longo do ano e tudo indica que teremos um ano muito promissor com uma boa recuperação já a partir de fevereiro.

Fonte: Anfavea