O Grupo denominado “Coalizão Industria” que reúne as principais entidades da indústria produtora do Brasil, reuniu-se nesta segunda feira dia 07 de março de março para analisar os impactos da Redução do IPI decretada pelo Governo Federal no último dia 25 de fevereiro e também as consequências para a nossa indústria da Guerra entre Rússia e Ucrânia.

A Coalizão Indústria reúne 14 entidades: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Brasileira de Indústria de Máquinas Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), Instituto Aço Brasil (IABR), INTERFARMA e Grupo Farma Brasil.

Neste momento a Coalizão Indústria é presidida por Marco Polo de Mello Lopes também presidente executivo do Instituto Aço Brasil.

Na abertura dos trabalhos a maioria dos presidentes de entidades presentes exaltaram que a medida governamental de redução do IPI, vem de encontro a uma velha reivindicação da indústria. O pedido era de uma redução de 50% no IPI. A redução que veio foi de 25% mas é muito benéfica pois irá incrementar e incentivar principalmente o crescimento dos bens de consumo, pois entendem que a indústria irá repassar este desconto para seus produtos finais. Outro benefício imediato exaltado é que haverá naturalmente uma melhora no fluxo de recursos financeiros e de caixa das empresas com a medida que já entrou em vigor.

Quanto a questão envolvendo o conflito armado entre Rússia X Ucrânia, inicialmente todos lamentaram pela questão humanitária, já que muitas vidas estão sendo ceifadas com o rigor da guerra e sobre as consequências econômicas e práticas deverão ocorrer mais nos médio e longo prazos.

Neste momento já estão ocorrendo problemas de logística, uma vez que várias rotas aéreas e marítimas estão sendo alteradas e há problemas de falta de navios e containers que já estava ocorrendo e ainda não haviam sido normalizados pós pandemia do Corona vírus.

O impacto direto nas matérias primas vindas da Russia ou Ucrânia tendem a ser mínimas, uma vez que todos as indústrias normalmente trabalham com algum estoque adicional e todos já buscam as alternativas em níveis mundiais para os suprimentos necessários.

Há no entanto a preocupação com a onda de inflação que pode ser gerada a partir desta diminuição de oferta mundial, uma vez que principalmente a Rússia, que agora está bloqueada em vários países é uma das gigantes no fornecimento principalmente de fontes ligadas a energia.

Porém há um detalhe que pode ser muito favorável ao Brasil neste momento. Segundo disse Marco Polo a Rússia é o segundo maior fornecedor de placas siderúrgicas aos EUA que é o maior consumidor mundial, vindo logo atras do Brasil. Deduzimos que com a abertura desta brecha não só haverá espaço para uma expansão do mercado brasileiro neste momento, mas também para a retomada com mais ênfase das discussões visando eliminar ou aumentar as cotas brasileiras de semi manufaturados siderúrgicos aos EUA.

Finalizando foi dito na reunião que a todas as entidades preveem que os números de cada uma delas com respeito a crescimento esperado, ainda não puderam ser revistos, mas não devem sofrer alteração e se ocorrer será para melhor.

Também foi confirmado que uma vez fechados os números do ano de 2021, ficou confirmado que as taxas de investimentos no Brasil que permaneciam inalteradas em 15% do PIB, passaram no ano passado para 19,4% que é uma prova inequívoca que o Brasil tem atraído investimentos e aquelas empresas que já estão aqui estão investido porque acreditam na expansão do negócios neste e nos próximos anos.

Henrique Patria