A cidade de Cubatão, localizada a cerca de 40Km da capital paulista, foi do Céu ao Inferno e, depois, percorreu a rota inversa do Inferno ao Céu em um período de menos do que 40 anos. Na década de 1950, tornou-se um dos principais polos industriais do estado de São Paulo, no qual, em curto espaço de tempo, se instalaram pelo menos 18 grandes indústrias altamente poluidoras, com nenhum, ou quase nenhum controle sobre suas atividades de produção. No final dos anos 70 e início dos 80, chegou-se a medir 30 mil toneladas de poluentes por mês lançados nos céus daquele município, com consequências inimagináveis ao meio ambiente e à saúde das pessoas. E entre as empresas poluidoras, havia uma grande siderúrgica: a Cosipa, que hoje se tornou a Usiminas Cubatão.
O “Inferno” estava tão bem delimitado, que a ONU chegou a declarar Cubatão como a cidade mais poluída do mundo. Era, então, preciso fazer alguma coisa para mudar esse cenário caótico. E isso começou a acontecer em 1983, quando um rigoroso plano de recuperação ambiental foi implantado por meio da ação conjunta entre governo e empresários. E menos de uma década depois, durante a realização da ECO-92, Cubatão já era apontada como exemplo mundial de recuperação a ser seguido, com incríveis 98% de nível de poluentes controlados.
A história acima, totalmente verdadeira, nos inspirou a produzir esta edição da revista Siderurgia Brasil, dedicada a homenagear o Dia Nacional do Aço, comemorado em 9 de abril, data em que, no ano de 1941, foi fundada a CSN, a primeira usina de aço brasileira.
Com esse objetivo, nela apresentamos matérias exclusivas tendo como foco os esforços que duas das maiores siderúrgicas nacionais estão fazendo para que a produção de aço seja uma atividade totalmente isenta de poluição em prol da sustentabilidade. Ambas receberam importantes distinções internacionais pelos seus bem-sucedidos trabalhos no âmbito da governança ambiental, social e corporativa. E é com imensa satisfação que observamos que não apenas essas duas empresas estão dando o exemplo, mas, sim, todo o setor siderúrgico brasileiro, por meio de seus programas de descarbonização e produção ecossustentável.
Mas não paramos por aí. Conheça também nesta edição dedicada ao aço, os comentários e as expectativas para o curto e médio prazo para o setor, tanto no Brasil quanto na América Latina, sob a análise de personagens de peso no setor. Confira ainda em nossas páginas, os esforços que o governo brasileiro está fazendo para ampliar as fronteiras comerciais de nossos produtos. E no assunto Recursos Humanos falamos que as atitudes são muito mais importantes do que as palavras. Veja também em nossa seção de “Estatísticas”, os indicadores que ilustram o espetacular desempenho da rede de distribuição de aço, a recuperação da nossa indústria automobilística, além do também excelente crescimento na produção de aço. E não deixe de conferir em nossa seção “Vitrine”, as últimas novidades e notícias que impactam o setor.
Continuamos trabalhando duro para apresentar a vocês, nossos leitores – que representam a razão de nossa existência – o melhor nível de informação e análise de temas relacionados ao setor da siderurgia. Por isso, continue nos prestigiando com sua audiência e nos enviando suas impressões, comentários, críticas e sugestões, para enriquecermos ainda mais o nosso conteúdo.
Boa leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br