As empresas distribuidoras e processadoras de aços planos deram uma arrancada neste mês de março de 2022, que poucos poderiam prever.

Mesmo que motivados pelo aumento anunciado dos preços das usinas que está ocorrendo ao longo deste mês de abril, juntada com ótimo desempenho de alguns grandes consumidores de aço como os integrantes da linha amarela onde estão os tratores, os implementos agrícolas e maioria dos equipamentos do setor agrícola, o das energias renováveis como a solar e a eólica, a construção civil e agora a retomada da indústria automobilística com a implantação de um novo programas pelo governo como o Renova Frota (Veja em nosso portal) que vai incentivar a modernização da frota de veículos nacionais, ainda sim os números foram surpreendentes.

As vendas cresceram 27,3% quando comparada a fevereiro, atingindo o montante de 382,9 mil toneladas contra 300,7 mil. E se considerarmos o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 325,4 mil toneladas, a alta foi de 17,7%.

O maior destaque apontado por Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, é que na apuração das médias de vendas diárias, atingiu-se a marca de 17,4 mil toneladas por dia, marca que não era alcançada desde 2014, portanto um recorde dos últimos 8 anos.

As compras junto às usinas tiveram crescimento de 17,7% em relação a fevereiro com volume total de 345,9 mil toneladas contra 293,8 mil. Se considerarmos em relação a março do ano passado (340,1 mil ton.), o crescimento foi de 1,7%. Isso mesmo, considerando que a base de comparação já era alta pois naquele momento as distribuidoras estavam recompondo seus estoques, após a pandemia do Coronavirus.

Registrou-se queda nos estoques, pois o nível de estoque chegou a 2 meses de vendas, marca que não se via desde a criação deste acompanhamento estatístico mensal. Em números absolutos, o mês foi fechado com queda de 4,6% em relação ao mês anterior com o montante de 774,3 mil toneladas contra 811,3 mil.

As importações mostraram uma queda de 17,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 125,3 mil toneladas contra 151,5 mil de fevereiro. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (140,4 mil ton.), as importações registraram queda de 10,8%.

Complementando Loureiro disse que é difícil uma previsão, pois um dos acontecimentos que está por vir é a internação de todo o aço importado que está parado desde o ano passado em portos brasileiros, notadamente em São Francisco do Sul. Conforme informe anterior ele acredita que possa existir de 300 a 500 mil toneladas esperando o momento certo para entrar no mercado. A combinação de mercado comprador, com valorização do real perante o dólar e o aumento recente dos preços do aço no mercado interno pode ser o sinal para isso acontecer.

Fonte: Inda