Em caráter de urgência, o Instituto Aço Brasil convocou uma Coletiva de Imprensa online hoje (10.05) para fazer alguns comentários sobre a notícia divulgada na mídia de que para tentar enfrentar um cenário de alta da inflação, o governo está preparando uma medida para zerar a alíquota do imposto de importação de 11 produtos – entre eles, o aço –, a ser anunciada na próxima quinta-feira (12), na reunião do GECEX.
Com relação ao assunto, Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, iniciou o encontro esclarecendo que, contrariamente ao que foi divulgado por alguns órgãos na Imprensa, a redução da alíquota que está sendo estudada pelo governo não é linear para todos os produtos siderúrgicos, e, sim, exclusivamente voltada à importação de vergalhões de aço que são majoritariamente usados na construção civil.
Segundo palavras do Marco Polo: “Na manhã de hoje (10), tivemos uma reunião em Brasília com o ministro da Economia Paulo Guedes, acompanhado por membros de sua equipe econômica, na qual ele manifestou a grande preocupação do governo com o avanço da inflação, que é do nosso setor também, e esclareceu que vinha recebendo uma intensa pressão do setor da Construção Civil, mais especificamente do Grupo Casa Verde e Amarela. E estes trouxeram ao ministro informações que não procedem, indicando que o setor da siderurgia brasileira havia aumentado seus preços acima de 100%, o que estaria fazendo a Construção Civil atravessar um momento de grandes dificuldades, que estariam levando inclusive ao desemprego. Só que isso não procede, porque, como todos os senhores sabem, o setor Construção Civil vem evoluindo muito bem, falando em dobrar o PIB, com resultados bastante positivos – e que bom que seja assim”, deixou claro o presidente do Aço Brasil.
Da citada reunião com o ministro, além de Marco Polo, participaram também Marco Faraco, presidente vice-presidente da Gerdau Brasil-Argentina-Uruguai; Jeferson de Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil; Jorge Oliveira, presidente da ArcelorMittal Tubarão; e Sergio Leite, chairman da Usiminas.
Ante ao conjunto de informações consideradas improcedentes pelos representantes do setor da siderurgia nacional, Marco Faraco enfatizou na Coletiva de Imprensa o bom nível de diálogo que vem sendo mantido com o Ministério da Economia e com o governo brasileiro, e pontuou alguns pontos de alinhamento positivo de objetivos nessa relação, entre os quais as questões da empregabilidade e de investimentos constantes que o setor siderúrgico vem realizando de maneira constante no Brasil.
“Nosso setor emprega diretamente na produção de aço mais de 110 mil colaboradores, e mais de 3 milhões de pessoas participam da cadeia siderúrgica no país. Em outras palavras, ele é altamente intensivo na geração de empregos. E o mesmo acontece no que diz respeito aos investimentos: mostramos ao ministro que, este ano, todas as empresas que compõem o Instituto, estão injetando R$ 12 bilhões em suas instalações, têm compromissos assumidos com o Brasil de investir mais R$ 41 bilhões nos próximos anos”, pontuou.
Além disso, Faraco fez questão de relatar que, na reunião com o ministro Paulo Guedes, os representantes da indústria brasileira do aço apresentara fatos e dados da Construção Civil, que demonstram que ele encerrou o mês de abril com mais de 9 mil canteiros formais ativos, o que, dentro de uma dinâmica de crescimento mês a mês, perfaz um crescimento de mais de 80% desse setor nos últimos dois anos, frontalmente contradizendo as informações daquele setor de que estaria vivendo um momento difícil de pesadelo.
“Finalmente, reiteramos no encontro desta manhã que o setor brasileiro da Construção Civil está plenamente abastecido – desde junho de 2021, não existe problema algum de abastecimento –, e ainda evidenciamos ao ministro e à sua equipe econômica o fato de que o Brasil tem o vergalhão mais barato do mundo, o que, por si só, já invalidaria a necessidade de importação do produto”, sublinhou Marco Faraco, acreditando que todos esses argumentos serão mais do que suficientes para reverter a proposta de reduzir ou zerar a alíquota do imposto de importação dos vergalhões de aço na reunião do GECEX na próxima quinta-feira.