Segundo a Anfavea, entidade que reúne as montadoras de veículos no Brasil, os resultados negativos do primeiro trimestre, influenciaram diretamente no resultado do semestre terminado em junho. Mesmo que os últimos meses mostraram recuperação do setor, não foram suficientes para compensar a queda, que foi ocasionada principalmente pela necessidade de paradas das fábricas em função do desequilíbrio mundial que ainda existe na cadeia de suprimentos notadamente na área de microchips.
Neste primeiro semestre a queda acumulada na produção de autoveículos foi de 5% com um total de 1.149 em 2021, contra 1.092 em 2022.
Os caminhões tiveram um comportamento parecido com queda de 3,9%, com 74,7 mil em 2021 contra 71,8 mil em 2022 e o produto que inverteu totalmente a curva foram os ônibus com crescimento de 28,1% para 10,3 mil em 2021 contra 13,3 mil em 2022.
Mas a recuperação está acontecendo e pelo segundo mês consecutivo a atividade superou a marca dos 200 mil veículos entregues em um mês. Em junho, a produção chegou a 203,6 mil unidades. No segundo trimestre, houve crescimento de 20% em relação ao primeiro. “A crise global dos semicondutores vem se prolongando mais do que esperávamos em janeiro, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China causados pela nova onda de covid, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global”, explicou o Presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite.
Com este novo desenho, as projeções de crescimento no ano passaram a para 4,1%, com 2,34 milhões de veículos, na linha de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, a serem montados até o final do ano. A projeção inicial da Anfavea era terminar 2022 com crescimento de 9,4% sobre a produção de 2021.
No quesito de vendas de veículos no Brasil, a previsão permanece quase inalterada com queda de apenas 1%. Caso se confirme tal projeção, o ano vai fechar com 2,14 milhões veículos vendidos.
O ponto fora da curva e que vem deixando a entidade entusiasmada diz respeito às exportações. Segundo presidente, o Brasil já se firmou como um grande produtor mundial de veículos e principalmente na América Latina nossos produtos fazem muito sucesso. Mesmo com os problemas por que passa a Argentina, ou demais países como Chile, Colômbia e Peru, vem garantido nosso sucesso. Diante disso as novas projeções, mostram crescimento de 22,2%, chegando a 460 mil veículos. A previsão inicial era de alta de somente 3,6% dos embarques a mercados internacionais.
Finalizando Marcio alertou para as possibilidades de surpresas favoráveis nos resultados, com o desenvolvimento da retomada do fluxo de fornecimento dos insumos, principalmente os semicondutores.
“Historicamente o segundo semestre sempre é bem melhor do que o primeiro e espero estarmos vendo chegar ao fim a crise do abastecimento”.
Fonte: Anfavea