Entramos no 2º Semestre do ano de 2022 com a certeza de que muitas surpresas nos esperam. E ainda não temos como saber se estas serão boas ou ruins. Particularmente, para nós brasileiros, há variantes externas e internas que irão ditar o rumo dos acontecimentos, tanto em nossas empresas quanto em nossas vidas. O desfecho de cada uma delas irá estabelecer o rumo dos acontecimentos.
Essa lista de possibilidades começa pela análise da continuidade da insana guerra entre Rússia e Ucrânia, algo que parecia impensável em pleno século 21. Além do estúpido e inaceitável número de vidas inocentes perdidas na contenda, e da criação de hordas de refugiados procurando abrigo em todas as partes do mundo, o real objetivo final do conflito “poderia” permanecer uma incógnita.
“Poderia”, assim entre aspas, se o mundo acreditasse nas palavras do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, ditas no final do mês de julho, de que a proposta seria apenas derrubar o que Kremlin define como “governo antipovo e anti-história” do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Mas, está mais do que na cara para qualquer analista do jardim da infância que Moscou não pretende parar por aí, e que suas ofensivas seguramente irão além na direção leste, com a perspectiva de expandir e tentar restabelecer o terreno perdido pela União Soviética após a queda do muro de Berlim que uniu as duas Alemanhas. E essa “marcha à ré” ditatorial imposta pelo poderio militar russo é que, na verdade, significaria um retrocesso anacrônico, antidemocrático e anti-histórico para todo o planeta. E parece que não há ações concretas para se chegar a um fim pois o que vemos são somente advertências da ONU, ameaças de retaliações e ficamos por aí.
E, para piorar o cenário de expectativas globais, tudo isso se junta ao “rabo da pandemia”, com a eclosão, aqui e acolá, de novas cepas ou variantes do coronavírus, somadas agora à varíola dos macacos e, mais recentemente, ao do Langya henipavirus, nome do novo vírus identificado na China, capaz de causar surtos de infecções altamente letais em humanos, que, novamente, coloca o mundo em alerta.
Tudo isso, junto, vem causando um desequilíbrio global difícil de corrigir, que compromete, a retomada da atividade econômica mundial, notadamente em função da descontinuidade no fornecimento de matérias-primas e de produtos industrializados, entre os quais a já recorrente falta dos microcprocessadores eletrônicos. E nesse cenário de “tempestade perfeita”, ainda se alinham problemas associados ao fornecimento de energia e de fertilizantes agrícolas, aos relacionados à cadeia de transportes marítimos e de logística, que está toda desarrumada, sem falar das altas de juros e da inflação, que campeia na maioria dos países, incluindo aqueles que nem tinham ideia do que era isso.
Enquanto isso, aqui no Brasil, se avizinha o momento das eleições majoritárias. E tudo indica que teremos diversas batalhas pela frente até a definição de quem irá conduzir os destinos de nosso país.
As novas lideranças terão que enfrentar e encontrar estratégias para se alinhar à nova ordenação mundial, inclusive com o delineamento das novas influências políticas e econômicas marcadas pela movimentação dos blocos de apoio, entre muitas outras coisas. E esse será exatamente o tema da conferência magna do Congresso Aço Brasil 2022, a ser realizada pelo ministro Paulo Guedes, e que, segundo o Instituto Aço Brasil, contará na sua abertura com a presença do Presidente da República Jair Bolsonaro.
Nesta edição da Revista Siderurgia Brasil, além de falarmos tudo sobre o evento, trazendo para nossos leitores a programação oficial na sua íntegra, bem como sobre o atual momento da siderurgia nacional, fomos também buscar a opinião sobre a tal “Nova Ordem Econômica Mundial” da boca de um dos mais influentes e respeitados especialistas no tema, graduado em Administração pela International University of Monaco, com mais de uma década de experiência no ecossistema de startups, e que, hoje, atua como empreendedor, professor universitário, investidor, consultor, gerente de projetos, mentor e palestrante sobre o tema. Não deixem de ler esta matéria.
Em nossas páginas, também falamos da transação bilionária envolvendo duas das maiores siderúrgicas brasileiras e que marca a retirada da Cia. Vale do negócio siderurgia. No Artigo Técnico deste mês trazemos uma matéria especial sobre equipamentos para o nivelamento de aços de alta dureza. Confira ainda nesta edição as novas e boas perspectivas de setores como o automobilístico e de máquinas, trazendo projeções bastante otimistas para o futuro. Há ainda muita informação e novidades na seção Vitrine.
Garantimos que esta é uma edição para ser lida e guardada para consultas, dada à importância de todos esses temas para a história da siderurgia brasileira, que vem sendo construída com arrojo e ousadia pelos players do nosso setor e que temos a honra de alinhavar em nossas edições.
Mais uma vez agradecemos pelo prestígio de sua leitura e por sua interação constante, por meio de suas opiniões, sugestões e críticas, que são absolutamente fundamentais para o engrandecimento e assertividade do nosso trabalho. Então, por favor, continue falando sempre com a gente, através de todos os nossos canais de comunicação.
Forte abraço e boa leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br