Há mais de 30 anos crescendo no mercado, a Dagan continua mostrando a que veio: evoluir sempre e proporcionar satisfação total aos seus clientes.

Marcus Frediani

Há mais de três décadas atuando com excelência no mercado de distribuição e fabricação de tubos de aço e peças tubulares, a Dagan é um valoroso ícone e referência nesses segmentos. Atendendo aos clientes a partir da oferta de uma completa e variada linha de produtos, sempre com rapidez, pontualidade de entregas e preços justos, ela se destaca entre os players de fornecimento desses itens para praticamente todos os mais importantes setores da cadeia produtiva nacional.

E isso, não só em função dos altos estoques de matéria-prima que regularmente mantém para abastecimento, sem rupturas ou gaps, de suas linhas de fabricação, ao longo de uma proposta constantemente ampliada de volumosos investimentos voltados ao aperfeiçoamento tecnológico de seu parque industrial, à melhoria de seu sistema de distribuição e, ainda à sua dinâmica de prestação de serviços e de assistência técnica ofertada aos seus parceiros comerciais, sempre de acordo também com as necessidades e especificações do projeto de cada um deles.

Nesta entrevista exclusiva concedida à revista Siderurgia Brasil, José Antonio Pauleschi, CEO da Dagan Tubos de Aço, fala de tudo isso e um pouco mais. Confira!

Siderurgia Brasil: José Antonio, para começar, por favor, conte um pouca da história da Dagan para nós.
José Antonio Pauleschi:
Começamos de uma forma bastante modesta em 1990, com a abertura de uma pequena revenda de tubos de aço em Guarulhos, cidade da região da Grande São Paulo. A partir daí, mesmo passando por várias crises, nós fomos crescendo pouco a pouco, até que, em 2012, tivemos a oportunidade de comprar todos os maquinários de uma empresa que estava saindo do mercado, e mudamos o perfil da empresa, que além da comercialização, passou a fabricar peças tubulares e a elaborar soluções integradas para os clientes. A partir dessa nova realidade, a Dagan Tubos de Aço é um grupo que atua em três frentes de trabalho: indústria de peças tubulares, unidade para mão de obra de terceiros e a unidade distribuição.

E como vocês estão instalados para atende-la?
Nossa planta industrial fica em Guarulhos, no Jardim Presidente Dutra. Ela está muito bem localizada poucos metros da rodovia do mesmo nome, o que nos proporciona uma enorme vantagem em termos de logística para a entrega de nossos produtos para São Paulo e outros estados. Ela está equipada com os mais modernos equipamentos à disposição do mercado, tais como uma tube laser – que, como o próprio nome diz, é uma máquina de corte a laser de alta precisão –, que vem realmente nos auxiliando bastante na parte fabril. Tanto que já estamos programando a compra de um segundo equipamento do tipo para o 1º Semestre de 2023. Nosso parque industrial de Guarulhos também integra uma unidade de tratamento de superfície, para executar a parte de decapagem, fosfatagem e saponificação nos tubos e peças que produzimos, e ainda a sede de uma Eireli, que ela presta serviços de mão de obra de trefilação, perfilação e tratamento térmico a terceiros.

A unidade de distribuição também fica no mesmo local?
Na verdade, ela ainda funciona aqui. Mas, no próximo mês de janeiro, nós transferiremos a Dagan Distribuição para uma nova sede com 20.000 metros quadrados, também às margens da Rodovia Presidente Dutra, um amplo e moderno espaço para melhor atender a nossos clientes.

E quais produtos compõem hoje em dia o portfólio de vocês? E quais os segmentos de mercado vocês atuam?
Na indústria, fornecemos tubos dos mais diversos tipos, formatos e tamanhos, tais como tubos industriais, estruturais, perfilados, trefilados, galvanizados, condutores e para redes de incêndio, além de peças tubulares para várias finalidades. Nós os fornecemos para todos os segmentos da cadeia siderúrgica, com linhas destinadas à construção civil, ao setor de máquinas e equipamentos e à linha de óleo e gás, além de setores que demandam tubos mecânicos. Já na parte de peças tubulares, também fabricadas nos mais variados tipos, estamos muito focados no setor agrícola, que hoje é o nosso carro-chefe. Além disso, ainda fornecemos muitos produtos para os fabricantes de veículos e equipamentos da linha amarela, bem como para as linhas de ônibus e caminhões pesados de várias montadoras.

Qual foi o crescimento dos negócios da Dagan nos últimos anos?
Foi muito robusto. Por exemplo, de 2020 para 2021, ele chegou a quase 150%. Mas isso aconteceu depois de atravessarmos um período bastante complicado. De 2015 a 2017, vivemos uma crise praticamente desastrosa para os nossos negócios, que nos fez chegar quase à beira da falência. Foi realmente, muito difícil atravessá-la. Já em 2018, as coisas começaram a melhorar, ano em que a economia começou a ganhar um pouco de fôlego. Por sua vez, 2019 foi um ano regular, que marcou a saída daquela situação mais crítica. E aí, veio 2020, trazendo com ele a pandemia da COVID-19. Em um primeiro momento, pensamos que esse, realmente, seria o tiro de misericórdia na atividade de muitas empresas, inclusive a nossa.

Mas como a Dagan conseguiu virar a chave da crise sanitária?
Bem, sem dúvida, a COVID foi um problema sério e sem precedentes na história do planeta dos quase últimos 100 anos. Só que quando todos falavam em paralisia total das atividades econômicas, eu, particularmente, fiz questão de falar para os nossos clientes que não acreditava nisso, porque, na realidade, o mundo não poderia e nem pode parar. E foi o que aconteceu: as coisas ficaram lentas por um breve momento, porque ninguém sabia de verdade o que era essa doença, e, depois disso, começaram a voltar com força total. Então, para nós, contrariando todas as previsões, 2020 foi um ano muito bom, mas, realmente, como eu disse aí atrás, 2021 foi um ano fantástico para a Dagan, com uma conjunção de conquistas e coisas boas acontecendo. Claro, cumprimos todas as exigências decretadas pelas autoridades sanitárias, mas não paramos de trabalhar nenhum dia e, felizmente, não perdemos nenhum colaborador para a COVID.

Sendo assim, qual foi a evolução de vocês em termo de marketshare?
Com tudo isso que realizamos, nossos clientes perceberam que a Dagan havia se transformado em uma empresa completa e totalmente confiável. E, no período da pandemia, isso acabou ficando ainda mais evidente para o mercado, inclusive em função à deficiência que este estava atravessando com relação ao fornecimento de peças tubulares. E como muitos concorrentes estavam em situação difícil, acabou acontecendo um grande movimento de migração dos clientes deles para a Dagan, com algumas vantagens adicionais, tais como preços melhores.

Logicamente, o fato de vocês manterem operação de distribuição própria ajudou, não é?
Sem dúvida. Mas não foi só isso. O que ajudou muito também foi o fato de mantermos sempre grandes estoques, o que, além de evitar rupturas de fornecimento, nos dá a oportunidade de vender nossos produtos a preços justos e melhores aos nossos clientes.

À parte do aumento de preços, houve situação de desabastecimento de aço para a Dagan?
Sim, com certeza. Houve realmente um desabastecimento. Na prática, não chegamos a ficar sem aço, mas houveram muitos atrasos, o que, sim, impactou um pouco o nosso trabalho. Mas, como a gente sempre manteve um estoque alto e estratégico de matéria-prima, hoje girando na faixa de 7.000 toneladas, isso não só garantiu o cumprimento de todos os pedidos, como também a pontualidade das entregas aos nossos clientes. E, especificamente no período da pandemia, chegamos a ter uma situação até um pouco inusitada, com clientes pedindo que segurássemos um pouco as nossas entregas, porque estavam faltando outros componentes para montar as máquinas que eles fabricam, desde pneus até os famosos semicondutores.

Falando agora de futuro, o que você pode falar de investimentos que estão sendo feitos pela Dagan?
Bem, de saída, posso dizer que estamos nos preparando para ele. Para isso, temos investido muito em máquinas e equipamentos, tais como pontes rolantes e equipamentos de corte. Além disso, por exemplo, reformamos praticamente do zero nossa banca de trefilação, e, paralelamente, montamos mais duas, o que agora nos permite fornecer basicamente toda a gama de produtos trefilados. Adquirimos aquela tube laser que falei aí atrás ao custo de aproximadamente R$ 4 milhões, para atender a nova dinâmica das peças tubulares, que requer aperfeiçoamentos como cortes, desenhos, furos e ângulos precisos e especiais. Investimos também na melhoria do nosso centro de usinagem e, agora, em nossa planta de tratamento de superfície, vamos inaugurar uma unidade de tratamento totalmente ecológica, bastante limpa, moderna, tecnológica. Em síntese, estamos fazendo investimentos muito pesados em nossa planta industrial, que, hoje, já se encontra bastante completa. Basicamente, para ela fique totalmente completa, só falta a questão de conjunto de solda e pintura, que vai ficar para um próximo passo.

E além do novo centro de distribuição, há algum outro plano de expansão no radar de vocês?
Sim. Além de um projeto de expansão por meio da abertura de filiais para distribuição de nossos produtos, que deve começar a ser implantado na região Sul e Sudeste – mais precisamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, interior de São Paulo e, talvez, Rio de Janeiro –, nós temos uma área de reserva de 100 mil metros quadrados em Guararema, município localizado na Região Metropolitana de São Paulo e Alto Tietê, na qual, no futuro, estamos pensando em montar uma enorme unidade fabril, para, daqui a uns cinco anos, talvez centralizar ou levar boa parte de nossas operações para lá. Só que para termos segurança para fazer isso acontecer, é claro, o Brasil tem que nos dar mostras concretas de que está evoluindo positivamente em termos de estabilidade econômica, de política tributária e de apoio verdadeiro à indústria e ao empreendedorismo, entre tantas outras coisas que o país precisa para ontem.