Brasil pode zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040
Na COP 27, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, temas sobre restauração florestal assim como desenvolvimento rural e sustentável lançaram luz sobre possíveis soluções agrícolas que estão em jogo no momento. O Brasil é globalmente reconhecido como um forte exemplo de implementação de mecanismos negociados, como o Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD). Este é um conceito primordial adotado pela Convenção do Clima da ONU, que faz referência à remuneração daqueles que mantêm sua floresta em pé, sem desmatar e degradar o meio ambiente.
Com a emissão de 2,42 toneladas brutas de carbono, só no ano de 2021, o Brasil está entre os cinco maiores poluidores do mundo. Entretanto, segundo cientistas brasileiros no Brazil Climate Action Hu, apesar desses números, o país pode ser o primeiro país a zerar as emissões líquidas de GEE até 2040.
“Se eliminarmos as emissões por uso da terra, dá uma redução de 77% nas emissões brasileiras em relação a 2005. Se considerarmos a variação de carbono no solo por manejo de pastagem, podemos tirar mais 230 milhões de toneladas, que são absorvidas nos solos agrícolas. E se acrescentarmos nessa conta que é possível reduzir 200 milhões de toneladas de metano, nossas emissões praticamente seriam residuais. Lembrando ainda que, quando reduzimos o desmatamento, isso aumenta a regeneração e, por consequência, a absorção de gases. É muito possível o Brasil ser o primeiro país com emissões líquidas zeradas, em algum momento entre 2030 e 2040”, disse Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.
“O Brasil deve ser o maior produtor de alimentos até 2030. Isso nos coloca numa posição de absoluto protagonismo de construir um agro cada vez mais sustentável e resiliente. Tecnologia e captura de dados serão fundamentais“, avalia Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para América Latina Sul e CSO da EY Brasil.
Fonte: Agência EY