A Alacero – Associação Latino Americana de Aço, está promovendo nestes dias 16 e 17 de novembro a Alacero Summit 2022, em Monterrey no México. O evento deste ano está sendo uma oportunidade de networking presencial entre os principais nomes da indústria de aço na América Latina e discussões sobre ideias transformadoras envolvendo o setor.

Alejandro Wagner, diretor executivo da Associação na abertura dos trabalhos disse: “Somos um setor que realmente aposta e contribui para o desenvolvimento, gerando mais de 1.300.000 empregos diretos e indiretos altamente qualificados. O compromisso com nossas comunidades também é demonstrado pelo investimento e inovação em tecnologia, em produtos e processos mais eficientes, bem como na saúde e segurança das pessoas e no cuidado com o meio ambiente. Estes são os valores que nos definem e que guiam o evento”.

O primeiro painel do dia trouxe a política e jornalista espanhola Cayetana Alvares de Toledo para falar sobre conjuntura política e econômica na América Latina. “Precisamos analisar as ameaças e desafios do momento que viemos com realismo, por isso, precisamos falar de desafios e iniciativas positivas. Na educação, os jovens, por exemplo, precisam fugir do relativismo e aprender como pensar e não o que pensar, eles precisam desenvolver pensamento crítico juntos para salientar o que temos em comum e unir a história aos valores da modernidade política e de industrialização”.

Para falar da indústria como motor de desenvolvimento inclusivo, participaram do painel Carlos Elizondo Mayer-Serra, professor da Escola de Governo e Transformação Pública do Tecnológico de Monterrey, na Cidade do México; Andrés Malamud, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Ricardo Sennes, sócio diretor da Prospectiva, especialista em cenários políticos e econômicos, formulação e implementação de políticas públicas. “Há riscos e oportunidades e isso é chave para entender a região da América Latina, já que temos uma grande combinação de geração de negócios com desafios institucionais e políticos. Por exemplo, aumentou a geração de empregos do setor, porém a remuneração destes novos postos está muito baixa”, pontuou Sennes.

Sobre as megatendências na indústria da construção civil, os convidados foram Lucas Salvatore, CEO da Idero e Ricardo Mateus, CEO da Brasil ao Cubo. “Observamos uma mudança geracional com maior interesse no meio ambiente e em sustentabilidade. Por isso, nossa solução veio para integrar a indústria com arquitetura para construções de triplo impacto: inclusão social, impacto ambiental e desenvolvimento econômico”, comentou Salvatore. Já Ricardo pontuou a atuação da Brasil ao Cubo no setor de escala e eficiência na construção civil a nível de atingir a internacionalização da empresa no México. 

Mobilidade sustentável foi tema de conversa entre José Francisco Garza Rodríguez, CEO da General Motors e Polo Cedillo, CEO Grupo Proeza. “Queremos atingir um futuro com zero emissões, para isso, temos um portfólio com veículos mais eficientes, uma base de fornecedores elétricos e compromisso de desenvolvimento do mercado. Para isso, mudamos nossa fabricação e manufatura”, pontuou José. Já Polo finalizou com: “sabemos que as temperaturas estão aumentando muito e isso é muito nocivo ao planeta, tendo isso em vista, precisamos nos tornar Net Zero, como vamos contribuir para isso?”.

O painel de CEOs começou com a fala de Jefferson de Paula, CEO da ArcelorMittal: “a indústria de aço é uma das mais poluidoras do mundo, temos um grande desafio, mas temos muitas oportunidades com todas as mudanças sustentáveis. Na Arcelor, vemos a redução de carbono como um grande desafio e, por isso, temos um lema de produzir aço inteligente para as pessoas e o planeta. Já David Gutierrez da Deacero ressaltou pontos de inovação e integração vertical de processos e produtos. “São 3 iniciativas que fazem a diferença na nossa atuação: digitalização e informações inteligentes; sistema de logística para transporte de cadeias de suprimentos; geração, produção e elaboração de produtos”.

“Nos últimos 12 meses, quanto tempo nós investimos no tema pessoas? Atraindo talentos, indo em escolas para entrevistar e conhecer novas pessoas, dedicando tempo com os jovens? Para que o tema seja resolvido, precisamos gastar, cada um de nós, pelo menos, 70% do nosso tempo com o tema pessoas. Isso requer uma nova perspectiva da maneira como atuamos como líderes. Precisamos aprender a delegar e ter estruturas cada vez mais horizontais nas nossas empresas”, continuou Gustavo Werneck, CEO da Gerdau. “A cadeia de valor deve mudar como um todo e a oportunidade é excelente para nós, já que o aço está presente em todas elas, como infraestrutura, energia e todo o resto que está sendo reavaliado”, ressaltou Máximo Vedoya, CEO da Ternium.

Fonte: Anna Carvalho <anna.carvalho@pinepr.com>