O presidente da Anfavea Marcio de Lima Leite abriu a reunião deste mês apresentando as novas e suntuosas instalações da Anfavea em Brasília. Segundo ele a proximidade com o poder central traz mais mobilidade para o acompanhamento das políticas que envolvem o setor em todos os níveis, pois em seu entendimento a iniciativa privada e as autoridades constituídas devem caminhar lado a lado na solução e busca de melhores condições econômicas para o país.
Com respeito aos números de janeiro de acordo com o balanço divulgado, houve ligeiro crescimento dos números na comparação com janeiro de 2022, mas os patamares continuam inferiores ao verificados antes da pandemia e até em relação a janeiro de 2021.
O único indicador que continua positivo é o das exportações e para as máquinas autopropulsadas, o balanço de 2022 que agora está concluído, indicou relevante crescimento de vendas e exportações.
A produção de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) em janeiro de 2023 foi de 152,7 mil unidades, 5% a mais que no mesmo mês do ano anterior, quando a crise dos semicondutores estava mais aguda e a onda de infecções pela variante ômicron estava no pico.
Segundo Marcio ouro fator que contribuiu para um resultado abaixo do esperado é que muitas fábricas deram as férias coletivas neste início de ano, paralisando parcialmente as operações. Nos anos anteriores, essas férias haviam sido antecipadas por paradas de fábricas em meses de escassez de itens como semicondutores.
Mas o número deste primeiro mês é espacialmente baixo se levarmos em conta que antes da pandemia se produzia perto de 200 mil unidades no mês inaugural. Os emplacamentos totalizaram 142,9 mil unidades, alta de 12,9% quando comparadas com as 126,5 mil do mesmo mês do ano anterior.
Caso não houvesse a limitação de produção, a ANFAVEA estima que teria havido uma venda adicional de 20 mil unidades em janeiro de 2022, o que significaria um patamar idêntico ao de janeiro de 2023. Ou seja, um cenário de estabilidade e não de crescimento. “Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta. O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, ponderou o Presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite.
As exportações continuam apresentando as melhores notícias do setor, pois em janeiro foram as melhores nos últimos cinco anos, com 33 mil unidades. Esse crescimento é uma continuidade do que já era observado no final do ano passado e coloca definitivamente o Brasil, como um grande exportador de veículos.
O setor de máquinas autopropulsadas obteve os melhores resultados de 2022, lembrando que o fechamento dos números chega com um mês de defasagem em relação aos autoveículos. As vendas de máquinas agrícolas totalizaram 67.385 unidades no ano, crescimento de 19,4% sobre 2021. Já as máquinas rodoviárias somaram 37.783 unidades, alta de 29,2%. Nas exportações os resultados também foram muito positivos. As máquinas agrícolas tiveram 10.645 envios ao exterior, 7,6% a mais que em 2021. As rodoviárias, com 11.857 embarques, tiveram um desempenho 17,6% superior ao do ano anterior. Para este ano, a ANFAVEA projeta vendas de 65 mil máquinas agrícolas e 36 mil rodoviárias, leve recuo de 3,5% e 4,7%, respectivamente. Nas exportações, a expectativa é de 9.520 agrícolas (queda de 13,1%) e 13.200 rodoviárias (alta de 11.3%). “O setor de máquinas vem dando ano a ano demonstrações de seu vigor. As agrícolas vinham crescendo há mais tempo, na esteira do forte agronegócio brasileiro. No ano passado foi a vez das máquinas rodoviárias baterem recordes históricos, por conta de fortes investimentos em infraestrutura”, finalizou Márcio de Lima Leite.
Fonte: Anfavea