Precisamos, cada vez mais, estimular a inovação. Porque ela, efetivamente, é a única ferramenta e solução para garantir o controle, o futuro e a sobrevivência da própria Humanidade.
Marcus Frediani
O Brasil ocupa a posição 54 do Índice Global de Inovação 2022, que analisou dados de 132 países. Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido e Holanda formam o Top 5. Já na análise da região que compreende América Latina e Caribe, o Brasil aparece em segundo lugar, atrás do Chile e à frente do México. Trata-se de um bom sinal, já que no estudo anterior o país aparecia em quarto lugar.
A recente análise mostra que, enquanto a pandemia de Covid-19 acelerou processos de inovação, a recessão econômica que se seguiu não levou a cortes expressivos de investimento em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) – como historicamente era de se esperar.
Desde que a Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu a inovação na Agenda 2030, como parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável, esse tema vem ganhando força na mídia e nas empresas. Conforme explica o especialista em inovação Rodrigo Miranda, consultor de inovação e diretor de operações da consultoria internacional G.A.C. Brasil, há motivos para sermos otimista quanto aos rumos que a inovação deve tomar em 2023 em nosso país.
“O mundo está vivendo duas grandes linhas de inovação. De um lado, a tecnologia voltada para inteligência artificial, aprendizado de máquinas (machine learning), internet das coisas (IoT) e Indústria 4.0. De outro, o ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) como fator chave na geração de impactos positivos e sustentáveis, em todas as frentes do negócio”, registra ele, entre vários outros pontos, nesta entrevista exclusiva ao Anuário Brasileiro da Siderurgia 2023. Assim, mais do que esperança, há movimentos consistentes nesse sentido. Confira e tire proveito dessa boa onda.
Anuário Brasileiro da Siderurgia 2023: Rodrigo, durante a pandemia observamos diversos fenômenos interessantes relacionados à mudança de comportamento das empresas, muito em função da mudança também do comportamento dos clientes e consumidores, principalmente no que diz respeito à cobrança e das exigências da sociedade pela integração mais efetiva à pauta da ESG e da digitalização. Como a inovação pegou carona nessa história, e ganhou tanta notoriedade. E o que esperar da inovação em 2023 em nosso âmbito empresarial?
Rodrigo Miranda: Realmente, a pandemia trouxe novos olhares para as empresas brasileiras nessa questão, principalmente em função das restrições impostas pelo isolamento, revelando diversas questões que não vinham sendo trabalhadas adequadamente. Em outras palavras, por conta da urgência, não havia como ignorá-las. Assim – e até por necessidade absoluta –, precisou se reinventar, alterando rapidamente seu mind set, e avançar no âmbito da transformação digital, tendo que fazer uso de diversas ferramentas de comunicação que antes eram utilizadas muito mais para o lazer e, de repente, se transformaram em formas eficientes de trabalharmos e nos relacionarmos na esfera empresarial, criando interfaces até certo ponto inéditas em um mundo cada vez mais digital. E a inovação, como você disse, acabou pegando carona nessa onda, ganhando visibilidade como uma solução real e tangível.
Paralelamente, foi a mesma coisa que aconteceu com as questões de governança relacionadas à ESG, não é mesmo?
Bem, a discussão mais consistente da ESG entrou mais no final da pandemia, no final aí de 2021, quando as empresas no Brasil começaram a falar mais sobre ela, muito como reflexo do que já vinha acontecendo há mais tempo na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo. Por aqui, ela ficou muito forte a partir de setembro, outubro daquele ano, quando as organizações se deram conta de que essa, realmente, era uma questão importante. E isso aconteceu em um movimento crescente a partir de então, transcendendo a preocupação que, antes, era muito mais das grandes multinacionais, e que acabou chegando às empresas menores. Tudo isso, deixou muito claro que a transformação digital e a ESG estão intimamente ligadas com a inovação, porque, se por um lado a gente tem que pensar em como melhorar nossos produtos e processos, aumentar a automatização dos processos industriais por meio da tecnologia, em especial a da informação, por outro tornou-se mais do que evidente que a questão da governança e a forma como se usa a tecnologia também gera impactos na vida das pessoas e contribui para a melhoria da vida do planeta, ou seja, no âmbito da responsabilidade social, criando novas oportunidades, e no do meio ambiente, por meio da redução dos níveis de poluição, por exemplo. Assim, pode-se dizer que boa parte dessa mudança de mind set se deu em função de uma pressão crescente não só dos acionistas, buscando rentabilidade, como também – e diria até principalmente –da sociedade para que as empresas sejam social e ambientalmente responsáveis e que tenham um processo de governança de compliance muito rigoroso e muito assertivo, uma vez que o mundo já não aceita empresas irresponsáveis.
Perfeito. Está mais do que cristalino que o mundo está vivendo duas linhas de inovação, ditadas, exatamente pela pauta da digitalização e da ESG. Contudo, pelo menos aqui no Brasil. vimos muito isso, como você também destacou, no agronegócio. Porém, quando o assunto é Indústria 4.0, parece que os empreendedores ainda não entenderam bem a proposta, e até relutam em aplicar a inovação de forma efetivamente em seus parques industriais, não por desconhecimento, mas, talvez, por não terem ainda entendido a amplitude dela, embora muitos afirmem de maneira veemente que estão cientes, dispostos e até mesmo aplicando inovação em suas plantas industriais, quando, na maioria dos casos, o que a gente vê são apenas “novidades”, que são muito diferentes de inovação. Como virar a chave para vencê-lo e seguir em frente, e consolidar essa tendência definitivamente a partir de 2023?
Realmente, no Brasil, muitos empresários ainda têm uma visão de inovação muito restrita. Basicamente, eles pensam em inovação como aquisição de tecnologia que já existe ou que se copia, tendo como fonte de inspiração o que outras empresas fazem, sejam elas startups ou grandes empresas. Em outras palavras, eles assumem poucos riscos, e preferem, na sua maioria, adotar tecnologias já consolidadas. Por um lado, obviamente, a disseminação dessa prática auxilia os processos, reduz a possibilidade de erros e diminui os investimentos necessários. Mas, por outro, faz com que a gente tenha dificuldades de encarar grandes desafios para nos tornarmos um país pioneiro. Então, ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas, felizmente, isso tem mudado, ainda que a passos lentos, ou mais lentos do que deveria acontecer.
Ou seja, correr riscos é, e precisa passar a ser cada vez mais parte fundamental no processo.
Exatamente. As empresas brasileiras precisam começar a tomar mais riscos, contando obviamente com o auxílio do Governo Federal ou dos Governos Estaduais e Municipais por meio de incentivos fiscais ou de fomento à inovação, tais como financiamentos, subvenções e bolsas, entre outras coisas, para que os empresários possam investir em inovação real e se arrisquem, provocando-os e quase que “obrigando-os” a seguir nessa direção, a fim de que suas indústrias e empresas busque algo diferente, que faça o Brasil subir cada vez mais no ranking global da inovação.
OK! Mas quando a gente conversa com institutos de pesquisa, centros acadêmicos de desenvolvimento, profissionais de universidades e de outros órgãos públicos voltados à inovação, cansamos de ouvir depoimentos exatamente no sentido contrário, sobre a falta e cortes de verbas para pesquisa por parte do Governo, inação da iniciativa privada no que tange aos investimentos nesse sentido, além de uma dependência ainda extrema de tecnologias estrangeiras, como foi aquela da quebra do fornecimento de semicondutores da Ásia, que tantas dores de cabeça deram, e continuam dando para diversos setores da nossa indústria. Assim, como é possível evoluir no campo da inovação se quem deveria contribuir para o nosso desenvolvimento na área efetivamente não ajuda?
Reforçando o que eu já disse, obviamente a existência de políticas públicas voltadas para a inovação são fundamentais para a evolução do Brasil no âmbito da inovação. Só que elas têm que ser políticas de Estado, e não políticas de Governo. Então, o Brasil não pode ficar dependendo do Governo A, B ou C, ou de partidos políticos para fomentar o seu avanço tecnológico. Tem que ser algo de política nacional, ou melhor, uma política da Nação Brasileira querer promover esse crescimento. Existem vários exemplos disso, mas o que mais se tem falado ultimamente é o da Coreia do Sul, que nos anos 1970 tinha um PIB per capita abaixo do brasileiro e, hoje, é um dos grandes líderes de inovação mundial. O caso da Coreia do Sul é um benchmarking para o mundo todo, até para os países da Europa, para os Estados Unidos e afins. Aquele país teve um desenvolvimento extraordinário nos últimos 40 anos exatamente porque focou em políticas de Estado para a inovação, fomentando muito a parte da educação e da pesquisa. Isso é importante para gente formar engenheiros, para a gente formar profissionais que olhem para a inovação como algo interessante. O Brasil é um país com muita invenção quando a gente fala de artigos científicos publicados, de pesquisas em universidades, em número de mestres e doutores. Isso tem crescido absurdamente nos últimos 20 anos, mas essas pesquisas acadêmicas elas não se transformam em produto porque ficam restritas à geração de conhecimento, mas de conhecimento que não vira inovação, porque a inovação é transformar uma ideia em nota fiscal e em resultados, ou seja, algo concreto e tangível. Se ela não for assim, ela se transforma meramente em uma invenção, uma ideia, um projeto de pesquisa para gerar um conhecimento amplo, o que, sim, é necessário, mas que tem que ser também trazido para o dia a dia mais prático. Então, existem muitas frentes ainda no Brasil que devem ser desenvolvidas, como por exemplo o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e a questão do descontingenciamento dos recursos para aplicação em ciência, tecnologia e inovação, que tanto tem se falado, questão que ainda não foi equacionada.
No âmbito da inovação, quando o assunto é automação e/ou robotização, por exemplo, sempre se fala na preocupação com o corte de postos de trabalho – o que efetivamente vai acontecer –, e suas consequências na esfera trabalhista, do que em treinar seus profissionais para operar esses equipamentos, o que, naturalmente lhes traria ganhos de produtividade e competitividade. Por que, então, ainda existe essa resistência a mudanças irrecorríveis na indústria, e essa espécie de “medo do novo” – ou, propriamente, da inovação – entre nós?
Eu diria que realmente essa é uma preocupação que nós temos e ouvimos falar continuamente. Só que, nessa discussão, eu acredito que a gente acaba sempre olhando para o copo meio vazio, enquanto a gente podia olhar para o copo meio cheio. Sim, é fato que nós vamos acabar perdendo diversas funções, diversos empregos que hoje dependem desses processos mais manuais, e que a automatização de uma linha de produção, por exemplo, vai tornar realidade, mas se olharmos para o histórico industrial desde o início da Revolução Industrial, todos os processos que vieram sendo implementados a partir da evolução da própria tecnologia, sempre aconteceram. E quando a gente olha para a questão do copo meio cheio, fica claro que tais mudanças vão gerar também novas oportunidades, cristalizadas em novos empregos e novas funções mais especializadas, que até por isso mesmo, vão acabar proporcionando condições melhores tanto salariais quanto de insalubridade, de segurança para o colaborador, de produtividade. Então, existem vários aspectos positivos quando se entra nessa discussão pensando apenas na perda de empregos, esquecendo de olhar para o outro lado, de como esses novos empregos passarão a ser gerados. E daí a gente retoma aquela questão que já comentei relacionada à educação. Então, desse ponto de vista, o que o Governo deveria se preocupar não é só com perda de postos de trabalho que a evolução natural da tecnologia e das soluções de inovação irão fatalmente gerar no país, mas, sim como iremos capacitar esses novos profissionais para executar essas novas funções, e em como vamos educar melhor a população para que ela atenda as novas demandas que irão surgir, seja por meio de cursos profissionalizantes, seja por cursos de ensino superior, seja no âmbito de reformas, de planos hoje acadêmicos que existam pensando na nova economia que está surgindo. Então, repito, julgo que nossa preocupação, os nossos esforços e as nossas demandas têm que estar muito mais centradas em como nós vamos fazer isso para qualificar nossos profissionais para que eles atendam às novas tecnologias, não só olhando para a parte negativa do processo.
Até porque isso trará múltiplos e enormes benefícios para todo mundo.
Com certeza. Eu realmente acredito que isso vai ser algo muito importante para os trabalhadores e para aumentar nossa produtividade, até porque vemos que a produtividade do brasileiro comparada à dos trabalhadores da China, dos Estados Unidos, da Coreia do Sul é muito superior à brasileira. Então, é esse tipo de preocupação que nós deveríamos ter, em vez de colocar mais mão de obra para fazer um trabalho menos eficiente. Obviamente, a questão social é importante, como está na pauta do governo Lula, com maior visão de esquerda, sobretudo de proteção da classe operária. Mas acredito que essa tem que ser uma discussão um pouco mais otimista, um pouco mais responsável, até mesmo com o Governo passando a falar “OK”. Temos que nos preocupar com as pessoas. Então, vamos criar novas oportunidades de capacitação”, aliás como o governo do próprio PT criou lá no início dos anos 2000, com o objetivo de aumentar o grau de educação dos profissionais.
Historicamente, a siderurgia nacional tem sido um dos maiores vetores de implementação de inovação no âmbito da indústria para a conquista de maiores índices de produtividade e de competividade, como provam os exemplos de várias companhias que atuam no setor. Como você avalia esses esforços do setor e o potencial de estes estimularem novas iniciativas voltadas à aplicação e à efetiva difusão de tecnologias inovadoras no Brasil, notadamente sob os prismas da ESG?
Assim como notoriamente acontece com a agricultura, a siderurgia é um exemplo muito forte de como a tecnologia pode auxiliar o processo de inovação. Olhando do ponto de vista do ESG, o impacto benéfico desses esforços é enorme. Por exemplo, sou de Juiz de Fora/MG, e quando viajo para lá de São Paulo e passo por Volta Redonda, fico feliz em ver como a poluição gerada pela atividade industrial da empresa vem diminuindo consideravelmente, a partir da melhoria dos processos de produção, da implementação de novas tecnologias para que a realidade anterior fosse mudada. Então, eu vejo esses esforços no sentido de buscar novas tecnologias a partir da inovação para minimizar os riscos ambientais, sociais e, obviamente, corporativos com muita positividade.
Na década de 1960, o filósofo Marshall McLuhan cunhou o polêmico conceito de “Aldeia Global” para descrever um mundo em que todos estariam interligados em uma cultura unificada por meio da tecnologia. Mais de meio século depois, muitos acreditam que esse tempo já chegou, graças ao já longevo uso de ferramentas como a internet. Assim, como você avalia o papel e a importância do fenômeno da globalização no contexto da difusão da inovação a partir de agora? Você acredita nessa “unificação” tecnológica do planeta em torno do tema, que, em última análise, trará benefícios tangíveis para a própria evolução da Humanidade? E quais desafios precisam ser vencidos para promovê-la efetivamente?
Bem, esse é o grande ponto de interrogação de hoje, não só das empresas, como também dos governos, da sociedade e da Humanidade como um todo: como vai ser e de que forma essa evolução tecnológica vai impactar nossa vida no futuro? Existem diversas teorias e várias projeções de como isso vai acontecer. E como sou um otimista por natureza, sempre tive essa vertente de acreditar que realmente a tecnologia tem trazido, e continuará trazendo, muitos avanços para a nossa sociedade. Se pensarmos que a luz elétrica é relativamente recente na história da Humanidade, e olharmos tudo o que nós já alcançamos no período dos últimos 150 anos com a evolução tecnológica, hoje em ritmo exponencial, crescendo cada vez mais rapidamente, a gente se dá conta de que o mundo nunca mudou tão rápido como agora, mas também nunca mais vai mudar tão devagar quanto agora. Então, dar conta de toda essa velocidade vai demandar novamente de uma preparação dos governos, voltada a entender como vão ser essas mudanças na sociedade em um mundo cada vez mais digital, cada vez mais interconectado e globalizado, com menos fronteiras e barreiras físicas e mesmo virtuais. Quando falarmos do Metaverso, e de como que ele vai impactar nossa sociedade, nosso dia a dia, nossas relações interpessoais, nossa relação com os negócios, as criptomoedas, torna-se claro que tudo isso certamente vai avançar e evoluir, distanciando-se rapidamente dos formatos atuais. Aqui no Brasil, por exemplo, já fala de ter o Real Digital; Então, com certeza nós vamos viver grandes revoluções, eu continuo acreditando – e quero acreditar – na parte otimista dessa visão. Claro, temos diversas preocupações, como as questões legais, as de segurança de dados, as de proteção da confidencialidade individual, e a da vigilância digital, e como isso tudo vai ser utilizado, não só pelo Governo, mas pelas próprias corporações globais, que estão se preparando para isso, e têm, literalmente, acesso aos dados de bilhões de pessoas, gerando incógnitas como eles serão tratados em uma escala macro. Em escala micro, local, o Brasil precisa se atentar cada vez mais a essas preocupações e mudanças. Julgo que isso tem que fazer parte de um processo contínuo no nosso dia a dia, até para projetar o futuro.
E o que, na sua opinião, o Brasil precisa para se inserir definitivamente nesse contexto?
Nosso país precisa realmente olhar para o século 21, para tentar entender como vão ser esses quase três quartos que ele ainda tem pela frente, tanto no âmbito doméstico como no global. Como estão as questões ambientais? Como que o Brasil pode se tornar cada vez mais relevante globalmente, seja pela biodiversidade da Amazônia, seja pela produção de alimentos, seja pela produção local de tecnologia, seja pela utilização da nossa criatividade. O Brasil é considerado um dos países mais criativos do mundo. O brasileiro é um povo super criativo. Então, como que a gente pode levar isso para algo que vai nos catapultar para posições de liderança em várias frentes? Hoje, a inovação já não é um diferencial, e, sim, uma necessidade, uma demanda, uma obrigação das empresas, e uma questão de sobrevivência, porque aquelas não inovam, morrem. Assim, a inovação tem que ser um processo contínuo, uma constante que tem que fazer parte do dia a dia delas. E da mesma forma que as empresas têm que inovar continuamente, as pessoas também têm que se revolucionar e se capacitarem continuamente, aprendendo coisas diferentes. Basta olhar para as diferenças abismais que separam o mundo de 2023 daquele de apenas dez anos atrás para entender a importância dessas necessidades. Nesse cenário, o fenômeno da aldeia global vai acontecer, mas de uma forma distinta pela redução e pela queda das barreiras físicas, como, aliás, temos visto nos últimos anos, sobretudo na parte digital, no Metaverso ou outro tipo de conceito ou abordagem diferente de como o entendemos hoje. O mundo vai mudar muito. E rapidamente. E, com certeza, vão ser mudanças cada vez mais radicais. Assim, precisamos estar preparados.