De acordo com os novos dados apresentados na coletiva de ontem (18/07) por Jefferson De Paula, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM e por Marco Polo de Mello Lopes, Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil, haverá uma queda em todos os indicadores, principalmente por conta do retrocesso da economia e da falta de atividade econômica que impulsionaria o país para um novo ciclo de desenvolvimento.
Desta forma as novas projeções, apesentem uma produção de aço bruto neste ano de 32,388 milhões de toneladas, com queda de 5,0% em relação a 2022. As vendas internas devem fechar em 19,116 milhões de toneladas, com redução de 6,0% ante o ano passado. Já o consumo aparente (vendas internas mais importações por Distribuidores e Consumidores) deve chegar a 22,912 milhões de toneladas, recuo de 2,6% na mesma comparação.
Esta diferença entre a queda de produção e a queda no consumo aparente, de alguns pontos percentuais é explicada pela grande quantidade de aço importado que vem entrando no Brasil nos últimos meses e que deve representar recorde até o final do ano.
As exportações devem cair 0,3%, para 11,903 milhões de toneladas, e importações devem crescer 25,6%, para 4,209 milhões de toneladas.
Para efeito de comparação, em abril, o Aço Brasil havia divulgado, para 2023, a previsão de alta de 2,0% na produção de aço bruto; queda de 0,7% nas vendas internas; alta de 7,6% nas exportações e de 2,5% nas importações; e queda de 1,0% no consumo aparente.
A recente projeção de piora se justifica pela dificuldade na retomada de crescimento dos principais setores consumidores do aço – automobilístico, bens de capital e construção civil, que respondem por 82,5% da demanda. Nos primeiros seis meses do ano, frente a igual período de 2022, a produção de aço bruto caiu 8,9%, para 15,972 milhões de toneladas; as vendas internas encolheram 5,7%, para 9,626 milhões de toneladas; as exportações recuaram 4,2%, para 6,315 milhões de toneladas, e as importações cresceram 43,2%, tendo atingido 2,208 milhões de toneladas.
Ainda na mesma comparação, o consumo aparente recuou 1,6%, para 11,557 milhões de toneladas. O Aço Brasil também prevê queda no consumo per capita de produtos siderúrgicos no Brasil este ano, de 108,6 quilos para 105,9 quilos por habitante. O país tem um dos piores desempenhos entre países emergentes desde 1980, quando registrava consumo per capita de 100,6 quilos. Entre 1980 e 2022, a média mundial cresceu 74%, para 223,5 quilos. No período, na China, o indicador cresceu 1.918%, para 645,8 quilos; na índia, 539%, para 81,1 quilos; no Chile, 118%, para 114,4 quilos; e, no México, 69%, para 194,8 quilos.
ICIA – Em julho, o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) atingiu 44,1 pontos. Desde outubro de 2022 o indicador permanece abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que caracteriza a persistência de falta de confiança dos CEOs da indústria do aço em relação ao desempenho atual e sobre as expectativas para os próximos seis meses.
Fonte: Instituto Aço Brasil