O Brasil está entre a terceira e quarta posição mundial na produção de grãos e é responsável pela alimentação de mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.

Henrique Pátria

O Brasil é um dos maiores produtores e fornecedores de alimentos mundiais.

Segundo relatório World Food and Agriculture de 2021, apresentado pela FAO, braço da ONU – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a posição de maior produtor de alimentos do mundo é ocupada pela China e o Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do planeta.

De acordo com o 10º Levantamento de grãos, apresentado pela Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, empresa pública ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no último dia 13 de julho a produção brasileira de grãos deverá atingir 317,6 milhões de toneladas na safra 2022/2023, que representa um crescimento de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22, e será a maior safra de grãos já produzida no país.

Esse resultado também será 0,6% superior ao divulgado anteriormente no mês de junho, e representa principalmente, um melhor desempenho das lavouras de milho na segunda safra e do crescimento da área semeada com o trigo, aliado às boas condições climáticas que vêm ocorrendo.

Segundo Edegar Pretto, presidente da Conab: “O ajuste reforça a safra recorde brasileira, a agricultura brasileira vem demonstrando sua força e potencial para alcançar números cada vez mais elevados, com investimentos constantes que permitem aumentos de produtividade”.

Pelo boletim a soja deverá atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado. No milho, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas, incluindo as três safras, chegando a 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada em 2021/22.

Nas outras culturas, como o algodão, feijão e sorgo, seguiram o movimento de alta e apresentaram percentuais de aumento na produção. Já o arroz e alguns cultivos de inverno, como aveia, centeio e trigo, apontam para redução no volume produzido, em comparação com a safra anterior.

Com relação à área, esse levantamento aponta ainda uma estimativa de 78,2 milhões de hectares, 4,9% ou 3,7 milhões de hectares superior à semeada em 2021/22. Os maiores incrementos são observados na soja, com 2,6 milhões de hectares (6,2%), no milho, com 576 mil hectares (2,7%), e no trigo, com 343,4 mil hectares (11,1%).

No mesmo boletim é tratada a questão do mercado destes produtos. O Brasil atualmente é responsável pela alimentação mundial de mais de 1 bilhão de pessoas. Com isso o aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deve elevar o volume de exportações de milho em 2023. Com a projeção de demanda externa aquecida, estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país. Para o estoque interno também há previsão de aumento de 27,6% ao fim deste ano-safra, chegando a 10,3 milhões de toneladas.

E em relação à soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, um aumento percentual de 21,5% comparada à safra anterior. Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamentos da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Assim, os estoques finais antes estimados em 7,51 milhões de toneladas, passaram para 7,43 milhões de toneladas.

A CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil estima que o PIB do agronegócio brasileiro deverá atingir cerca de R$2,65 trilhões em 2023, que será 35,9% maior do que foi em 2022. Esta estimativa está baseada em estudos elaborados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da própria Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foram divulgados pela CNA em 27 de junho ultimo.

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro poderá alcançar R$ 2,65 trilhões neste ano, 35,9% mais que em 2022, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgados nesta terça-feira (27). As contas incluem as atividades desenvolvidas antes, dentro e fora da porteira.

Já o Valor Bruto da Produção que é calculado pela soma das produções multiplicadas pelo preço médio do produto nos mercados nacionais e internacionais e incluem todas as vendas nas propriedades, ou a produção negociada deverá ser em 2023 de R$ 1,26 trilhão com crescimento de 6,1% em relação ao comparado com 2022 e será o maior valor apurado em 34 anos deste controle.

Segundo todas as autoridades no assunto os bons resultados apurados no primeiro trimestre deste ano, confirmados pelos dados divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostraram ser absolutamente viável tal crescimento. Pelo IBGE foi apurado que o setor agropecuário cresceu no primeiro trimestre 18,8%.

Fontes: Agência Brasil / EBC / IPEA / IBGE / CNA

Exportações do agronegócio batem recorde no primeiro semestre de 2023

O Agronegócio continua sendo a principal mola propulsora das exportações brasileiras para todas as partes do mundo.

Segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, no primeiro semestre de 2023, foi batido novo recorde de exportação, com crescimento de 8% na quantidade exportada e 4,5% em valor, comparando-se com primeiro semestre do ano passado. Foram exportados nada menos do que US$ 82,8 bilhões contra US$79,24 bilhões do ano anterior.

Ainda, segundo a nota, o crescimento nas exportações de soja em grãos foi o que mais contribuiu para a expansão nas vendas do agro de janeiro a junho de 2023, com US$ 2,88 bilhões acima do que foi registrado no ano anterior.

Outros dois produtos cujas vendas cresceram mais de US$ 1 bilhão foram milho (+US$ 1,58 bilhão) e açúcar de cana em bruto (+US$ 1,20 bilhão). Por outro lado, cabe ressaltar a queda nas exportações de carne bovina in natura (-US$ 1,26 bilhão) e café verde (-US$ 1,04 bilhão).

Fonte: imprensa@agro.gov.br