Segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, uma das grandes preocupações da entidade era saber como seria o comportamento do mercado, quando terminasse o período de bônus oferecido pelo governo, através da MP 1175 que foi editada em junho e nestes dois últimos meses alavancou a venda veículos, esvaziando ou regularizando os estoques, já que os pátios estavam cheios.

Segundo ele a segunda quinzena de julho, e a primeira semana de agosto, quando já não existiam recursos para manter a postura dos bônus oferecido, as montadoras mantiveram o mesmo nível diário de vendas o que trouxe um alívio para o setor.

Em outra parte da coletiva citou que a questão da redução de juros, iniciada agora pelo Copom e que promete se aprofundar nos próximos meses, deve contribuir decisivamente para a retomada normal das atividades e do crescimento. Finalizando ele arriscou dizer que se forem mantidos os mesmos níveis de licenciamentos diários registrados na última semana de julho e primeira semana de agosto, podemos esperar um crescimento no ano de 5% a 7% na produção de veículos.

Segundo os dados divulgados hoje (07/08) o mês de julho não foi somente o melhor mês do ano em vendas, mas também o melhor em volume e média diária de emplacamentos desde dezembro de 2020.

Foram 225,6 mil autoveículos licenciados, este foi o melhor julho desde 2019, ou seja, mostrou patamares de antes da pandemia. Na comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 19%. E foi ainda melhor em relação a julho de 2022, com 24% de alta.

Considerando os primeiros sete meses do ano de 2023, a produção de 1,315 milhão de unidades está praticamente igual à dos sete primeiros meses de 2022, com alta de 0,3%. Já as vendas no mercado interno, acumulou 1,224 milhão de unidades vendidas, 11,3% a mais que no ano passado.

A maior preocupação está por conta das exportações. A Argentina que era o nosso principal destino, em uma clara afronta aos acordos assinados, lançou um imposto de 7,5% sobre os bens adquiridos do Brasil. Com isso a competitividade de nossos veículos perde principalmente para os carros vindos do oriente que estão tomando o mercado. Por outro lado, a queda do PIB em países como Chile e a Colômbia, tem comprometido nossas exportações. A boa surpresa é o México, que passou a ser o principal destino de nossos veículos e lidera pela primeira vez na história o ranking de embarques de modelos brasileiros, com mais de 83 mil unidades, 90% acima do volume do ano passado. No total, as exportações do Brasil no ano chegaram a 257,7 mil unidades, baixa de 10,6% sobre janeiro a julho de 2022.

Finalizando a resenha do mês de julho o setor de máquinas está um pouco aquém dos bons números do ano passado. Segundo os diretores da entidade, problemas com o Plano Safra e com a baixa dos preços das commodities no mercado internacional têm contribuído para as dificuldades que o setor enfrenta. Houve no primeiro semestre uma queda de 6,8% nas vendas de máquinas agrícolas e de 5,2% nas exportações. Já as máquinas rodoviárias caíram 14,8% no mercado interno, mas cresceram 9,4% nos mercados fora do país sendo os EUA o principal destino de nossas exportações.

Fonte: Assessoria de Comunicação ANFAVEA