A chegada de veículos vindo principalmente da China e de outros países asiáticos no mercado sul-americano, que foi alertado na ultima reunião da Anfavea e divulgado em nosso portal, o que vem impactando diretamente nas exportações brasileiras e o crescimento do mercado interno, contribuíram diretamente para uma revisão nas projeções da Anfavea que foram feitos no início do ano.

A produção praticamente permaneceu estável com uma muito leve oscilação para cima. A nova previsão é de um fechamento anual com 2.732 mil autoveículos produzidos, 0,1% a mais do que em 2022. Na previsão original de janeiro, esperava-se um crescimento de 2,2%. Na divisão por categorias, o crescimento na produção de automóveis e comerciais leves foi revisto de 4,2% (janeiro) para 3,2% (outubro), enquanto o recuo na produção de caminhões e ônibus foi de 20,4% para 34,2%. A alta nos emplacamentos tem sido a melhor notícia para o setor no ano.

Segundo Marcio da Lima Leite: “Havia um temor de que o mercado se retrairia após o fim dos descontos oferecidos pelo governo federal, mas a média diária de vendas vem crescendo de forma consistente nos últimos dois meses”.

Com isso, a projeção de crescimento nos emplacamentos foi elevada de 3% para 6% sobre o volume de 2022, com uma expectativa de 2.230 mil unidades no acumulado deste ano, sendo que para leves ela foi revista de 4,1% para 7,2% de alta. “Contudo, dois terços dessa maior demanda do mercado interno vem sendo atendida por produtos importados”, que vem crescendo mês a mês, ressaltou Leite.

O maior problema do setor automotivo estão sendo os caminhões e ônibus, pois mesmo com o incentivo do governo federal que expirou-se no último dia 3 de outubro, para caminhões dos R$700 milhões colocados a disposição foram efetivamente utilizados somente R$130 milhões e nos ônibus de R$ 300 milhões foram utilizados 190 milhões o que mostra baixa demanda.

Assim sendo manteve-se a previsão de queda de 11,1%. Com o custo mais alto em função das novas tecnologias (fase P8 do Procove) o mercado não dá sinais de retomada.

E finalmente, as exportações vêm sendo o grande ponto de alerta para o setor automotivo nestes primeiros nove meses do ano. A crise na Argentina, que fez nosso tradicional parceiro comercial perder para o México o posto de principal destino das nossas exportações, somada à queda de mercados domésticos no Chile e na Colômbia, fizeram com que nossos envios no período recuassem 11,2% na comparação com o mesmo período de 2022. Com isso, nossas projeções, que eram de queda de 2,9% no ano, foram atualizadas para um recuo de 12,7% nos embarques ao exterior.

Fonte: Anfavea.