Com a divulgação dos números de setembro, pelo Instituto Aço Brasil, ficou mais evidente que a chegada de aços importados continua crescendo a cada mês e já adquire proporções assustadoras.
O crescimento acumulado do ano no período de janeiro a setembro já chega a 133,8% número nunca atingido no setor nos últimos anos.
A produção de aço bruto brasileira recuou 9,3% em relação ao mesmo mês de 2022, com um total produzido de 2,5 milhões de toneladas. Considerando o acumulado do ano a queda foi de 8,4% pois neste ano a produção chegou a 23.864 milhões de toneladas contra 26.046 do ano passado.
O Consumo aparente cresceu baseado nas importações, pois segundo o IABR, as vendas para o mercado interno recuaram em setembro na proporção de (-)5.9% com 1720 mil toneladas vendidas contra 1.829 do ano passado. Estes números nos levam a um acumulado de 14.754 mil toneladas entre janeiro a setembro de 2023, contra 15.602 mil toneladas no ano passado, portanto com queda de (-)5,4%.
As exportações permaneceram estáveis com leve alta de 1,4% – 853 mil toneladas deste ano contra 841 mil toneladas em setembro do ano passado e no acumulado do ano ainda persiste uma queda de (-)4,4%, pois foram em 2022, 8.868 mil toneladas contra 9.281 mil toneladas do ano passado.
Já as importações que se transformaram na grande dor de cabeça da siderurgia brasileira continuaram em alta como vem acontecendo neste ano todo registaram que entraram 549 mil toneladas contra 235 mil toneladas no ano passado, atingindo uma alta de inimagináveis 133,8%. E se considerarmos ano de 2023 como um todo, já chegaram a nossos portos 3.734 mil toneladas contra 2.365 do período de janeiro a setembro do ano passado com alta de 57,9%.
Para mostrar como os importados vem tomando lugar do aço nacional ao observarmos o consumo aparente veremos que houve uma alta de 8,5% em relação ao apurado no ano de 2022, com 2.240 milhões de toneladas, contra 2.064 do ano passado.
ICIA demonstra muita preocupação no setor.
O indicador ICIA – Indice de confiança da Industria do Aço, que colhe as expectativas dos CEOs das Usinas Siderúrgicas, recuou novamente em outubro, caindo agora 2,4 pontos. É o 12º recuo seguido atingindo agora somente 35,3 pontos índice semelhante ao apurado no período agudo da pandemia da Covid-19. Lembrando que a linha imaginária de 50 pontos é a que determina que acima da linha há confiança e abaixo dela há falta de confiança.
Fonte: IABR