Vale critica controle de preço do minério de ferro
Confiante de que os preços de minério de ferro continuarão a ser definidos pelo equilíbrio entre a oferta e a demanda, Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, disse em entrevista à Bloomberg News, que a China pode ser o maior importador mundial de minério de ferro, mas mesmo essa posição não significa que o governo de Pequim tenha o poder de ditar os preços do insumo siderúrgico.
Os comentários chegam em um momento em que a China, que produz mais da metade do aço mundial, criou a China Mineral Resources Group, a nova estatal que tenta aumentar sua influência sobre os preços. Há muito tempo Pequim se queixa de que as mineradoras detêm demasiado poder, já que a oferta está muito concentrada entre os três principais produtores, a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto, que juntas dominam a produção global.
O minério de ferro subiu cerca de 16% nas últimas seis semanas, impulsionado pelos esforços do governo de Pequim para apoiar o setor imobiliário intensivo em aço, que enfrenta uma crise. O metal é negociado atualmente em torno de US$ 129 a tonelada e tem se mantido acima do patamar-chave de US$ 100 a tonelada neste ano.
Entretanto, produtores de minério procuram novas áreas de crescimento depois de se apoiarem na forte demanda da China durante as últimas duas décadas. A Vale, que atualmente vende cerca de 63% de seu minério de ferro para a China, pretende baixar esse percentual para menos de 50% com o objetivo de diminuir a dependência do país asiático.
Fonte: Bloomberg News