Apesar do crescimento na produção de veículos leves – automóveis e comerciais leves (+) 1,3%, com um total de 2.204 mil unidades, houve um encolhimento na área de veículos pesados – caminhões e ônibus – de (-) 37,5% o que resultou num resultado final do ano de (-) 1,9% em relação ao ano de 2022. Na somatória de leves + pesados foram produzidos no total 2.325 mil autoveículos.
Ainda segundo a Anfavea o resultado só não foi melhor por conta do recuo das exportações em 16% e do aumento da importação em 29% em relação ao ano passado.
A China compareceu com o maior crescimento e registrou um espetacular crescimento de 431% em relação ao ano anterior, principalmente por conta das novas tecnologias de propulsão (híbridos e elétricos).
A queda na produção de veículos pesados – ônibus e caminhões – foi explicada que em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023, os compradores anteciparam em 2022 as compras e ainda não se adaptaram a nova composição de custos.
Os resultados positivos vieram das vendas para o mercado interno de veículos leves, com 2.180 mil unidades, alta de 11,2%. Se nesta conta acrescentarmos os caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, que representou crescimento de 9,7% a maior que no ano anterior.
Também a média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos. O excelente desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos leves antes do retorno do imposto de importação que aconteceu na virada do ano.
Na exportação houve alguns problemas. A invasão dos carros chineses em toda a América Latina, principalmente na Argentina país que segundo informado na coletiva anterior já havia deixado de receber cerca de 95 mil veículos brasileiros. Segundo a Anfavea o México foi o principal destino das exportações brasileiras (32% do total), posição que historicamente a Argentina jamais havia perdido.
Além da maior presença de produtos brasileiros no México (8% do total), o mercado local cresceu 24,4% no ano. Afora os embarques para o México, que cresceram 51% na comparação com 2022, apenas o Uruguai teve um acréscimo, de 5%. Com a queda de todos os outros mercados, entre eles alguns importantes, como Argentina (-16%), Chile (-57%) e Colômbia (-53%), nossas exportações recuaram 16%, totalizando 403,9 mil unidades.
Com relação às projeções assim se expressou o presidente da Anfavea Marcio de Lima Leite;”
“Temos motivos para acreditar num ano positivo para o setor automotivo brasileiro. Além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Programa Mover. Trata-se uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no país e a novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização”
Desta forma, e uma vez apresentados os números do ano, naturalmente as variações percentuais de 2024 foram ajustadas, para 6,1% de crescimento nos emplacamentos (expectativa de 2.450 mil unidades), para 6,2% na produção (2.470 mil unidades) e para 0,7% nas exportações (407 mil unidades).
Fonte: Assessoria de Comunicação ANFAVEA imprensa@anfavea.com.b