As diferenças de gênero vêm se reduzindo nos últimos anos, e várias entidades e empresas vêm se comprometendo e tomando atitudes visando acelerar este processo, mas é inegável que há um caminho longo a ser percorrido.
Henrique Pátria
O Dia Internacional da Mulher comemorado mundialmente em 08 de março foi criada em 1975 pela Organização das Nações Unidas e é respeitado em mais de 100 países incluindo o Brasil.
Desde então o que temos visto é a participação cada vez mais acentuada das mulheres nos principais postos de comando e de decisão em todas as profissões, nas artes, na política, na educação e em todos os campos pois ambos os gêneros se equiparam em praticamente todas as atividades.
Na atividade industrial, mineração e mecânica que são nossas áreas de acompanhamento, foram vários avanços em todas as frentes.
Recentemente destacamos em nosso portal, que a Vale, que é a principal mineradora brasileira, divulgou: “Com 24% de mulheres na força de trabalho, mineradora está prestes a atingir a meta de 26% até 2025”.
E continua dizendo que: “Desde que estabeleceu o compromisso público de ampliar a representatividade de gênero, a empresa tem focado na atração, retenção e valorização das mulheres por meio de ações afirmativas e com oportunidades de crescimento”. De acordo com a gerente de Diversidade e Inclusão da Vale, Fernanda Castanheira, é um trabalho combinado com o fomento da inclusão, potencializando a busca por soluções inovadoras e sustentáveis para a mineração e para a sociedade. Nosso avanço vai além da ampliação de representatividade e desenvolvimento de carreira para mulheres de dentro e de fora da Vale e, ainda, letramento e capacitações para que empregados e lideranças entendam a diversidade como uma alavanca para sermos uma empresa cada vez mais segura e sustentável. Dessa forma construiremos um ambiente de trabalho com diálogo, respeito à pluralidade e engajamento para buscar as melhores soluções para o negócio”, explica Fernanda.
Está também na segunda edição o Programa de Aceleração de Carreira para Mulheres Negras, iniciativa que visa potencializar o desenvolvimento profissional de mulheres negras na sociedade. O programa, desenvolvido em parceria com consultores especialistas na pauta racial é online, com aulas ao vivo, gratuito e tem duração de cinco meses, com uma média de três horas de dedicação semanal onde as competências e habilidades de profissionais negras são evidenciadas, dando suporte para que se destaquem no mercado de trabalho.
Por sua vez a Arcelor Mittal divulgou a nota:
“Representatividade das mulheres avança na ArcelorMittal”.
A empresa atingiu 21% de representação feminina na liderança no Brasil no ano passado, dentro de uma meta global que foi estabelecida de ter ao menos 25% de mulheres nestas posições até 2030.
A diretora de Pessoas, Saúde e Bem-Estar da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e sponsor global do Conselho do Programa de Diversidade & Inclusão, Sofia Trombetta, disse: “Os nossos esforços para atingir essa meta envolvem desde a formação de base com o projeto voltado para meninas nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, o chamado STEAM Girls, realizado pela Fundação ArcelorMittal, passando pela capacitação profissional em comunidades onde atuamos, em parceria com o SENAI, e a sensibilização dentro da própria empresa”.
De acordo com a diretora, os reflexos positivos desta jornada para ampliar a representatividade das mulheres nos quadros da empresa já estão sendo observados. “Tem sido uma jornada desafiadora, pois somos uma empresa de um setor tradicional e majoritariamente masculino, mas estamos comprometidos em ampliar a representatividade das mulheres na empresa. Hoje, os nossos programas de porta de entrada, como os estágios, já reúnem mais mulheres do que homens”, revela.
A Fundação ArcelorMittal atua na formação de educadores e desde a primeira turma, em 2019, foram mais de 18 mil meninas impactadas pelo projeto. Também já foram capacitadas mais de 300 pessoas em diferentes formações como Manutenção Mecânica, Operação de Empilhadeira, entre outros. Como exemplo na unidade de Sabará (MG), foi aberta uma turma para o curso de qualificação em operação de empilhadeira, do total de mulheres treinadas nesta turma, 47% já foram admitidas na unidade.
No ano passado, a ArcelorMittal lançou a terceira edição do Prêmio Mulher que foi criado em 2019 com os objetivos de identificar e reconhecer mulheres, em diversas áreas de atuação, que estejam à frente de negócios ou projetos sociais transformadores e que façam a diferença em suas comunidades.
A Confederação Nacional da Indústria, lançou em 5 de março o Fórum Industrial da Mulher Empresária onde apurou que a participação feminina em cargos de liderança saiu de 35,7%, em 2013, para 39,1%, em 2023.
Conforme a nota, o Fórum Econômico Mundial estima que serão necessários 131 anos para alcançar a igualdade entre os homens e mulheres, se os países mantiverem a velocidade atual de progresso econômico, em saúde, educação e participação política.
Nos últimos dez anos aqui no Brasil, houve um aumento da paridade salarial em 6,7 pontos – saindo de 72 em 2013, para 78,7, em 2023.
Quando se analisa o indicador liderança, é possível notar que as mulheres ganharam espaço em funções de tomadas de decisões. A participação delas em cargos de liderança passou de 35,7%, em 2013, para 39,1%, em 2023 com um aumento de cerca de 9,5% em dez anos.
“As diferenças entre gêneros têm reduzido ao longo da última década, mesmo que a passos lentos. Nos últimos anos, houve uma aceleração do crescimento da paridade salarial entre mulheres e homens. Mas precisamos continuar avançando e rápido. É urgente ampliar o debate e implementar medidas concretas para chegarmos a um cenário de equidade plena no mercado de trabalho brasileiro”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Na pesquisa realizada pela CNI feita com 1000 executivos sendo 500 indústrias de pequeno porte e 500 de médio e grande portes, apurou-se que 6 em cada 10 empresas do setor contam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero.
O presidente da CNI lembra que a indústria já tem adotado medidas para promover a equidade nas empresas do setor. “Temos mais do que um desafio. É o começo de um esforço para saldarmos uma dívida histórica, para que a igualdade se transponha do papel para a realidade das empresas”, complementa Alban.