Não é segredo para ninguém que a indústria siderúrgica nacional passa por grandes dificuldades, porque, apesar de ter uma capacidade instalada de 50 milhões de toneladas anuais, não tem conseguido chegar nem menos a 35 milhões. Em 2023, foram 31,9 milhões, resultado abaixo do ano anterior, quando foram produzidas 33,97Mt, ou seja, abaixo de 65% da capacidade instalada.
Os motivos dessa situação têm sido fartamente discutidos e esgotados nas páginas recentes de nossas publicações, com inúmeras opiniões vindas de fontes diferentes, tentando jogar mais luzes sobre o problema. O mais recente entrave encontrado pelo setor se deve à gigantesca entrada de aços importados, vindos principalmente da Ásia, mais precisamente da China, que chegaram por aqui com preços menores do que os oferecidos pelos produtores nacionais, o que, segundo os dirigentes do Instituto Aço Brasil, representa uma explícita demonstração da prática de dumping. Em função disso, foi necessária a adoção de diversas medidas de alto impacto, tais como o desligamento de equipamentos e dispensa de funcionários das usinas.
Contudo, após inúmeras e intensas negociações ao longo de muitos meses, e até anos, final e felizmente, o governo brasileiro reconheceu a primordialidade do estabelecimento de uma medida para preservar a siderurgia nacional. E você vai encontrar nas páginas desta edição da revista Siderurgia Brasil, de forma detalhada, a íntegra desse novo regramento, bem como a relação dos produtos que serão beneficiados, além dos prazos de duração das restrições e tudo mais que precisa saber sobre ele. Sem dúvida, uma notícia alvissareira, divulgada neste mês de abril, no qual comemoramos o Dia Nacional de Aço. Leia a matéria na qual explicamos a intensa trajetória percorrida desde os primeiros diálogos com o governo até a criação da medida, que, indubitavelmente, alimenta novas e boas esperanças para o setor.
E as projeções? Bem, em reportagem especial em nossa revista, a Worldsteel Association, entidade internacional da qual o Brasil é signatário, acaba de apresentar suas previsões de curto prazo para a indústria do aço no mundo. Trata-se do Short Range Outlook (SRO), que analisa os cenários para o comportamento da siderurgia do planeta para os anos de 2024/2025.
Na esfera da ESG, a sustentabilidade aparece como um dos pilares da siderurgia em busca das metas de descarbonização. Lendo a entrevista exclusiva com dois dos principais executivos da Aço Verde do Brasil, você vai conhecer os mais recentes avanços – e os bons resultados obtidos a partir deles – que a companhia maranhense, que tem a pegada verde, até em seu no nome, vem realizando.
Outra boa notícia que trazemos nesta edição, é que, o equilíbrio na operação das usinas siderúrgicas está sendo conquistado na América Latina. É o que nos conta o presidente da ALACERO, Alejandro Wagner, em mais uma de nossas entrevistas exclusivas, na qual, fala também da invasão do aço importado na região, das benfazejas novas regras para a entrada da liga no Brasil, e sobre o desempenho de vários países latino-americanos.
E o futuro? Um dos marcos que o definem vem das experiencias realizadas em competições esportivas que acabam sendo encampadas pela sociedade. Com o patrocínio da ArcelorMittal, a categoria de Stock Car brasileira está fazendo pesquisas e trabalhando no projeto de um novo veículo, que deverá entrar nas pistas no ano que vem, com 250Kg a menos do que os atuais, e aumentando todas as suas características e segurança e performance, com maior capacidade de absorção de choques e durabilidade.
Tudo isso e muito mais está nessa nossa Edição Especial do Dia Nacional do Aço, que temos o prazer de entregar a nossos leitores. E é com grande satisfação que nós também estamos comemorando um momento muito especial: nossos números de pageviews continuam crescendo. Na contagem de 2023, eles ultrapassaram os 4 milhões de acessos. E nossa meta em 2024 é superar os 5 milhões. E, para isso, continuamos a contar com o seu prestigio e com a sua participação.
Boa leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br