A substituição de produtos brasileiros por importados afetou negativamente a produção da indústria de transformação em 2023, é o que aponta análise da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Enquanto houve aumento da demanda por bens de consumo, empresários industriais registraram queda na produção. Ao mesmo tempo, segundo a Sondagem Industrial da CNI, intensificaram as queixas de competição desleal entre os principais problemas enfrentados pela indústria, cuja assinalação subiu de 16,3% para 20%, e de competição com importados, que saiu de 6,1% para 11,6% na transição de 2022 para 2023.
Sete dos 21 setores da indústria de transformação analisados registraram aumento das importações e, simultaneamente, queda da produção em 2023: madeira; vestuário e acessórios; couro e calçados; metalurgia; produtos diversos; produtos de metal; e móveis. Já os setores de produtos têxteis e de borracha e material plástico não apresentaram queda na produção, mas apontaram um aumento das importações superior ao aumento da produção em 2023.
Segundo a pesquisa Indicadores Industriais da CNI, em 2023, enquanto houve uma redução de 4,3% na importação de bens intermediários (itens que compõem produtos como elementos elétricos, minerais, têxteis, borrachas, plásticos), em linha com a queda da produção nacional, ao mesmo tempo foi registrado um aumento da importação de 4,8% de bens de consumo (produtos destinados, diretamente, ao consumidor como carros, eletrodomésticos, roupas, calçados, alimentos e medicamentos).
No mesmo período, houve uma queda de 1% da produção industrial; de 2,6% do faturamento real; de 0,7% do número de horas trabalhadas na produção; e um recuo de 1,9 ponto percentual da utilização da capacidade instalada média da indústria de transformação. Foram consultados 152 empresários da indústria de transformação entre 4 e 15 de março de 2024.
Fonte: Assessoria de Imprensa CNI