Demonstrando otimismo com o futuro, o presidente do Instituto Aço Brasil acaba de apresentar a revisão das projeções relativas ao desempenho para 2024. E elas são boas, ainda mais no comparativo com a perspectiva nada alvissareira revelada pela entidade em novembro passado, que apontava para uma possível queda de 3% na produção siderúrgica nacional para o presente ano, agora revertida na direção de um crescimento de 0,7%, que, embora ínfimo, registra uma tendência positiva de retomada. Já a revisão dos números de vendas para o mercado interno é bem mais robusta: devemos sair da expectativa anterior de redução de 6% em tais operações, para um possível crescimento de 2,5% no consumo dos itens fabricados aqui no Brasil.
Sem dúvida alguma, o motivo da inversão dessas dinâmicas é a entrada em vigor, no mês de junho, da Portaria da Camex (NE: Veja em nossa edição de abril – nº 175, Pág. 16), que estabeleceu a adoção de cotas de importação para diversas categorias de aço, pondo fim à entrada desenfreada dos produtos vindos principalmente da China, que, segundo os dirigentes do Aço Brasil, chegavam com preços predatórios em relação ao mercado mundial, e estavam destruindo a indústria siderúrgica brasileira.
A adoção do novo regramento imposto pelo governo brasileiro veio como uma espécie de “clone” daqueles que já são adotados pelos Estados Unidos, pelos 27 países que compõem a União Europeia, e, mais recentemente, pelo México, no sentido de levantar salvaguardas aduaneiras mais rígidas e isonômicas com relação à entrada do aço importado, algo que vem acontecendo já há algum tempo, e com muita naturalidade, entre essas várias nações do planeta. Aliás, a revista Siderurgia Brasil abordará esse instigante tema com mais profundidade em sua próxima edição, que antecederá a realização do Congresso Aço Brasil 2024, que acontecerá em São Paulo, no início do mês de agosto.
Já na presente edição, temos a grata satisfação de apresentar uma matéria, na qual abordamos com propriedade a questão dos aços trefilados. Trata-se de um produto considerado nobre, uma vez que integra qualidade superior em relação aos aços comuns e, com isso, alcança um melhor valor agregado no mercado.
Outro atualíssimo tema no radar de nossas páginas é o da descarbonização. O Brasil assumiu perante toda a comunidade internacional, assim como a maciça maioria das nações que a compõe, o sério compromisso de reduzir suas emissões de poluentes. E nessa cruzada, a indústria siderúrgica ocupa o papel dos programas voltados não só à manutenção do equilíbrio ambiental do planeta, como também àqueles relacionados ao bem-estar de toda a sociedade.
Também temos o famoso e respeitadíssimo jurista e professor Prof. Ives Gandra que nos brinda com um artigo falando da urgente necessidade de o Brasil se engajar à OCDE. Já Ezequiel Tavernelli, o novo diretor executivo da Alacero, entidade que cuida dos pleitos e ingerências da siderurgia na América Latina, nos fala, entre muitas outras coisas em uma entrevista exclusiva, sobre as relevantes ações e planos direcionados à dinâmica da descarbonização, que vêm sendo executados pela indústria siderúrgica da região. E destacamos também nesta edição, uma reportagem especial na qual a Worldsteel, entidade que representa cerca de 85% do aço produzido no mundo, faz uma minuciosa e esclarecedora análise do comportamento global do setor em 2023.
Complementarmente, falamos, em outra matéria especial, do orgulho brasileiro de termos entre nossos pares o Grupo Simec, cujos produtos, mais uma vez se destacaram, e voltaram a ganhar importantes prêmios de qualidade. E, além de tudo isso, trazemos para os nossos leitores as estatísticas do nosso mercado, por meio da apresentação dos números que acompanhamos mensalmente, bem como outras notícias igualmente relevantes.
É muito bom tê-los conosco em mais esta edição. Continuamos trabalhando para entregar um produto de qualidade, e com excelência comprovada. E, para isso, continuamos contando com sua fundamental colaboração, no sentido de avaliar criteriosamente o nosso trabalho, nos enviando suas opiniões, sugestões, críticas e, claro, elogios também, a fim de que possamos sempre e cada vez mais enriquecer o nosso conteúdo.
Boa Leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br