Assim como aconteceu na siderurgia, onde foi travada uma batalha feroz com os órgãos governamentais até que fossem revistas as taxações para a chegada de produtos importados, a indústria automotiva também enfrenta grandes desafios com a chegada de veículos notadamente os elétricos fabricados na China.
Segundo dados da Anfavea neste primeiro semestre, foram quase 200 mil emplacamentos de modelos importados, 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. Dessas 54,1 mil unidades a mais, os autoveículos de origem chinesa representaram 78% do total, com alta de 449% sobre o 1º semestre de 2023. E os mesmos carros chineses estão invadindo a América do Sul tomando o espaço que antes era da indústria brasileira. O recuo nas exportações é um reflexo desta situação.
Segundo Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea “Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”.
A produção no primeiro semestre foi de 1,138 milhão de unidades, volume apenas 0,5% superior ao do ano passado. O setor de pesados tem motivos para festejar pois os caminhões fecharam o semestre com elevação de 36,5% na produção e 8% nas vendas, recuperando patamares normais já neste segundo ano de Proconve P8. Já os ônibus cresceram 53,8% em produção e caíram 21,8% em vendas.
Nas vendas internas este foi o melhor junho desde 2019 em emplacamentos, e teve a maior média diária deste ano, com 10.715 unidades. No acumulado do ano, foram 1,144 milhão de autoveículos emplacados, uma significativa elevação de 14,4% sobre o primeiro semestre de 2023.
Com estes números foram feitas revisões nas projeções da Anfavea para 2024. Os novos cenários indicam:
A produção foi revista para baixo, de 6,1% para 4,9%. As exportações, que tinham expectativa de alta de 0,7%, agora terão recuo de 20,8% e as vendas no ano, de 6,1% para 10,9%, com volume de 2,560 milhões de autoveículos.