Entre os dias 5 a 7 de agosto, os principais stakeholders, ou protagonistas da cadeia mundial do aço estarão reunidos no Congresso e Expo Aço Brasil 2024, em São Paulo. Serão três dias em que os principais assuntos ligados à transição energética, processos da introdução da Inteligência Artificial nas empresas, projeções políticas e cenários com os quais a indústria siderúrgica irá se defrontar nos próximos anos serão assuntos obrigatórios. E, certamente, todos os debates que giram em torno dessa temática não estarão restritos somente à apresentação das palestras e painéis programados no evento, como também serão objetos de discussões e manifestações de opiniões nos corredores do encontro.
Como vem acontecendo há vários anos, a revista Siderurgia Brasil mais uma vez se torna um dos mais eloquentes porta-vozes do setor siderúrgico nacional no âmbito desses diálogos, apresentando nesta edição um retrato fiel do atual estágio em que ele se encontra, por meio da difusão de opiniões, estatísticas, gráficos e demonstrativos esclarecedores acerca dos vieses que o compõem.
E, também como aconteceu nos Congressos anteriores a edição estará incluída no hotsite do Congresso, o que permitirá àqueles que o acompanharem, seja de maneira presencial ou online, ter acesso a nosso conteúdo que, temos certeza, ampliará exponencialmente nossa visibilidade no setor assim como servirá de importante ferramenta para a tomada de decisões coerentes para encarar os desafios que lhe serão inexoravelmente apresentados em um futuro imediato.
Nesse âmbito, um dos assuntos que, sem dúvida alguma, vem mexendo com os ânimos do setor é a recente medida adotada pelo governo brasileiro, que definiu o novo regramento para as importações de aço, a partir do último dia 1º de junho. Agora, existe uma regulamentação de cotas, definidas por uma escala de percentuais de imposto para a entrada da liga em nosso país.
E, como era de se esperar, o assunto gerou controvérsias, principalmente, pelas tradings responsáveis por tais operações, e que vinham “nadando de braçada”, uma vez que o Brasil era um dos únicos e últimos países do mundo a estabelecer limites, que, sim, podem ser definidos como “protecionistas”, mas absolutamente necessários para o equacionamento de assimetrias inconsistentes que comprometiam a competitividade da indústria siderúrgica nacional. E, efetivamente, foi, a fim de melhorar as condições do fair trade. Se, isso vai ser suficiente, vai surtir os efeitos desejados, ou, ainda, ser a solução mais adequada, só o futuro irá dizer, porque o mercado é que, em última análise, será o “dono” dessa resposta.
Respeitando nosso compromisso com a verdade, e com o direito sagrado do jornalismo democrático e sempre imparcial de esclarecer nossos leitores sobre tudo o que acontece, julgamos pertinente e adequado buscar a voz das trading companies, a fim de que elas dessem sua visão sobre esse espinhoso tema, sob a forma de um painel de entrevistas no qual elas ilustram seu posicionamento por meio de argumentos dos representantes de duas das mais ativas, influentes e demandadas delas, que mantêm negócios em nosso país.
No contraponto, nesta edição também fomos ouvir a manifestação de um setor que, de maneira contundente, vem sofrendo com a questão da importação: o de autopeças. Isso porque as indústrias nacionais que operam nesse mercado, convivem com sérias dificuldades atreladas à existência dos ex-tarifários, que colocam conjuntos de peças importadas no Brasil a preços sem a possibilidade real de competição. E o gigantesco déficit na balança comercial do setor só tende a aumentar com a continuidade dessa convivência. Confira o que nos falou o presidente do Sindipeças sobre a questão.
E em meio a tantos embates e controvérsias, temos estreia nesta edição: a nova seção “Energia”, que, em função da crescente relevância do assunto – um dos mais procurados e emblemáticos da modernidade –, já vinha sendo planejada há algum tempo. Assim, a partir deste número da revista, criamos um espaço especial em nossas páginas para exibir notícias relacionadas a ele. Complementarmente, trazemos ainda a palavra sempre serena, esclarecedora e muito apreciada do Prof. Ives Gandra da Silva Martins, que nos brinda com mais um artigo de sua autoria. E, claro, não poderiam faltar as estatísticas do setor siderúrgico, bem como a nossa seção “Vitrine”, repleta de informações preciosas para atualizar nossos leitores.
Agradecemos pela gentileza de sua leitura e mais uma vez nos colocamos ao seu dispor para ouvi-los em suas críticas, sugestões e até elogios, porque estes nos darão mais uma vez a certeza de que estamos no caminho certo.
Boa leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br