CNI cobra retomada do ciclo de cortes nos juros
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). com o custo de crédito alto, limitando o consumo e o investimento, é fundamental que o Banco Central retome ciclo de cortes nos juros, A taxa básica de juros, a Selic, é um dos principais fatores que elevam o custo do crédito no país. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a manutenção de taxas altas prejudica toda a economia e a população brasileira, pois compromete a capacidade de o país acelerar investimentos, abrir novos postos de trabalho e ampliar a renda das pessoas.
Considerando a Selic atual e a expectativa de inflação de 3,8% para os próximos 12 meses, a taxa de juros real está em 6,45% ao ano, sendo a terceira maior do mundo, atrás apenas de Rússia e México, segundo levantamento da MoneyYou. E de acordo com dados do Banco Mundial, o Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, de 27,4%, perdendo apenas para o Zimbábue e Madagascar.
Esses fatores fazem com que volume de crédito na economia brasileira seja baixo. No Brasil, o montante de crédito oferecido ao setor privado não-financeiro equivale a 86,2% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto na Zona do Euro e nos Estados Unidos equivale a, respectivamente, 148,6% e 150,1% do PIB, de acordo com o Bank for International Settlements (BIS).
“Além da Selic elevada, ainda lidamos com a questão do spread bancário altíssimo, que faz com que o crédito seja ainda mais caro e com pouca oferta no mercado. A indústria é uma das maiores prejudicadas pelo nível das taxas de juros, que dificulta investimentos e a ampliação de capacidade produtiva. No fim, os brasileiros perdem em oportunidades de emprego e aumento de renda, comprometendo o bem-estar da população. Sem reduzir os juros, ficaremos presos nessa armadilha”, afirma Alban.
Fonte: CNI