Os geradores de energia solar e eólica estão tendo de suportar perdas de milhões de reais com a Interrupção da produção em suas usinas, determinada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A situação tem afetado principalmente os parques renováveis no Nordeste, diante de gargalos na transmissão de energia (falta de investimentos nas linhas de transmissão) para o Sul e Sudeste.
Cabe lembrar que as empresas, principalmente as siderúrgicas estão em meio a pesados investimentos para descarbonizar suas operações além de que o país estimulou por meio de financiamentos públicos e até com subsídios o crescimento da geração de eletricidade limpa, que agora acaba sendo desperdiçada.
Chamadas tecnicamente de curtailments, essas ações são alternativas quando a geração excede o consumo ou quando existe a falta capacidade de transmissão. Tais ações se intensificaram no último ano, depois de um grande apagão que atingiu todo o país e começou no Nordeste o que levou o ONS a reduzir o volume de energia que a região envia para o restante do país.
O percentual de cortes na média nacional foi equivalente a 3% da carga em julho, quando houve aumento dessas ações. Em alguns projetos específicos, contudo, as perdas são mais relevantes. No acumulado de 2024, os cortes levaram a uma frustração de geração de mais de 20% em cerca de 20 empreendimentos, sendo que esse índice chega a superar 50% em uma usina solar da chinesa SPIC e em um conjunto eólico da Equatorial, segundo um levantamento da consultoria Volt Robotics obtido pela Reuters.
À Agência Reuters, a CEO da SPIC Brasil, (Usina de geração de energia solar) Adriana Waltrick, disse que parte dos cortes de geração em sua usina solar no Ceará está relacionado a atrasos de meses na entrada em operação de linhas de transmissão.
“Esse é hoje o maior problema do setor eólico… Virou uma incerteza que o gerador não consegue nem calcular”, afirmou Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Fonte: Matéria assinada por Letícia Fucuchima para a agência Reuters.